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sábado, 29 de outubro de 2016

QUANTOS CALOIROS DE MEDICINA CONHECEM A CRUZ VERMELHA?


Foi num dia de outono como o de hoje que, há mais de um século, nasceu a Cruz Vermelha. A organização internacional de médicos que atua em cenários de guerra tem tido um papel fundamental em todo o mundo, no salvamento de muitos feridos graves, no incompreensível teatro do absurdo dos conflitos bélicos.

Os médicos que põem ao serviço da Cruz Vermelha toda a sua ciência, sabedoria, humanidade, coragem são uns autênticos heróis anónimos, que roubam à morte vida atrás de vida. Por que o fazem? Por que arriscam a sua vida, procurando salvar pessoas que não conhecem? Obviamente porque têm uma dimensão humana superlativa, porque acham que a sua profissão lhes permite ir mais além. 


Estes médicos têm uma visão muito larga e profunda do papel do médico na sociedade. 
Quando me dizem que o médico tem de ganhar mais, porque salva todos os dias vidas num qualquer hospital, ocorre—me sempre esta pergunta: "Mas não é esse o seu papel? Por que haveria de ser premiado por fazer aquilo que é suposto fazer?"

Que objetivos terá um caloiro de Medicina, quando finalmente ganhou o sprint do secundário a milhares de colegas, ao dar os primeiros passos no curso mais ambicionado do país? Pensará que ser médico está muito para além de um ordenado excecional e um estatuto social de primeira? Será que seria capaz de se inscrever na Cruz Vermelha? Será que estes caloiros serão capazes de fazer trabalho gratuito junto de comunidades desfavorecidas? Ou tal ideia nunca lhes passou pela cabeça?

Talvez a Cruz Vermelha seja demasiado exigente com o amor à vida de muitos caloiros de medicina, mas a riqueza de cada indivíduo acaba sempre por se medir mais em valores como a coragem, a humanidade, o desprendimento do que em euros no banco. 
Talvez não fosse má ideia explicar aos caloiros de medicina o que é a Cruz Vermelha. 
Gabriel Vilas Boas.

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