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sábado, 15 de outubro de 2016

CHEGOU COM AS MÃOS VAZIAS, PARTIU COM O MEU CORAÇÃO NAS MÃOS



“Quando veio
mostrou-me as mãos vazias,
As mãos como os meus dias,
Tão leves e banais.
E pediu-me
que lhe levasse o medo
Eu disse-lhe um segredo:
Não partas nunca mais!”

Investir em algo ou alguém com potencial é altamente atrativo, mas também racional, fácil, cómodo, lucrativo. O retorno é expectável, sedutor e surgirá rapidamente. Bem mais difícil é investir tudo aquilo que somos num projeto cheio de «ses» ou dedicarmo-nos de corpo e alma a alguém que parece um labirinto de problemas. É preciso competência, vontade e, sobretudo, amor.
Claro que há pessoas mais interessantes do que outras como há projetos mais atrativos que outros, mas o grande segredo do negócio e da felicidade é ver para além do óbvio, ou seja, o lucro imediato.

Muitas relações humanas falham porque apenas nos concentramos naquela máxima tão oportunista “o que é que eu ganho como isso?”, que nos faz perder a profundidade de grandes almas.
Como intuir um grande amor, uma grande amizade, uma ligação maravilhosa em alguém prostrado sobre a vida? A intuição é aquela ciência pessoal que funciona de maneira diferente em cada pessoa, mas há sempre um gesto, um olhar, uma conversa, uma atenção que nos interpela a consciência… e a que devemos dar valor.
A maior riqueza das nossas vidas estará sempre na amplitude das relações humanas que vivemos e portanto devemos aplicar aí o melhor de nós. O tempo, a paciência, a inteligência emocional, o amor/amizade, os recursos materiais.
Alguém que chega até nós com as mãos vazias e/ou o coração despedaçado é um desafio à nossa riqueza pessoal. Ou estamos à altura do desafio ou, então, somos bem mais pobres do que pensamos. Uma vida sem desafios é um tédio insuportável. E aqueles com quem nos relacionamos são um desafio permanente.

Gabriel Vilas Boas

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