Quando o calor aperta, a maior parte da população corre para as
praias, procurando junto ao mar alguma frescura. A praia e o mar atraem
avassaladoramente. Ainda que muitas vezes acabemos cansados do areal, que o vento
nos aborreça e a água até esteja fria, a praia esvazia as cidades, que ficam
entregues aos mais velhos. No entanto, a maioria das cidades portuguesas
esconde pequenos paraísos de frescura e beleza que se chamam jardins.
Coimbra, por exemplos, ostenta três portentos cheios de
beleza, diversidade e história: o Jardim
da Sereia, bem no centro da cidade, junto à praça da República; o Jardim Botânico, à saída dos “Arcos
Universitários”, onde se pode observar uma vegetação densa com árvores exóticas
e uma floresta de bambus; o Jardim da Quinta das Lágrimas, propriedade que deve
o nome ao caso amoroso mais famoso da História de Portugal (a trágica história
de amor de Pedro e Inês) e onde se destaca a mítica Fonte dos Amores.
O Porto tem para desvendar os Jardins do Palácio de Cristal, onde podemos desfrutar de uma
maravilhosa vista sobre o rio Douro e ver o Museu Romântico; e o Jardim Botânico, na casa dos Andresen,
onde Sophia de Mello Breyner brincou, por entre camélias e roseiras.
Ainda no norte do país, Trás-os-Montes só se pode orgulhar
do artístico e francês Jardins da Casa
de Mateus, onde é fácil perdermos os sentidos naquele labirinto de formas
geométricas tão bem desenhadas pela mão humana. Também de extravagante beleza,
mas menos recortados, são os jardins do Palácio da Brejoeira, em Monção. Lá
percebemos claramente que estamos no Minho. O verde domina todo o cenário, em
que os jardins respiram entre um palácio imponente e uma vinha orgulhosa do seu
alvarinho.
Em Lisboa, é fácil lembrarmos dos jardins de Belém ou do
Botânico da Ajuda, bem perto do palácio com o mesmo nome, mas eu prefiro
sugerir o menos conhecido Jardim do Palácio dos Marqueses de Fronteira e o
Jardim Colonial, por trás dos famosos Pasteis de Belém, onde o exotismo é regra
geral quer no domínio da flora quer no domínio da fauna.
Seja a norte, ao centro ou a sul, alternativas não falta à
ditadura do sol, praia e mar. Os jardins das grandes cidades são pequenos
paraísos sempre ao nosso dispor.
Gabriel Vilas Boas
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