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segunda-feira, 18 de julho de 2016

CRECHES E LARES A CUSTOS CONTROLADOS


Segundo uma notícia do JN, o Governo quer introduzir um teto máximo para os custos dos utentes de creches e lares das Instituições Não Lucrativas. A intenção governamental é que as famílias de idosos ou de crianças não paguem valores exorbitantes, mesmo depois da comparticipação estatal. Atualmente as famílias cobrem o diferencial entre o valor pedido por essas instituições “não lucrativas” e a comparticipação do Estado. Em muitos casos, o valor é muito alto e não tem correspondência com o serviço prestado.
Ao que parece as Misericórdias concordam com o princípio, mas acham que 1200 euros por idoso é pouco. É preciso ter muita lata! Uma entidade que prossegue fins não lucrativos, que está isenta de vários impostos, que recebe benefícios públicos e privados em barda, considerar insuficiente dois ordenados mínimos para cuidar de um idoso, que na maioria dos casos está acamado, come pouco, não sai dos lares e não gasta grandes valores em medicamentos, é, no mínimo, incompreensível.

Nas últimas décadas a atuação das misericórdias portuguesas tem deixado muito a desejar quanto à sua conduta moral e ética. São cobrados valores exorbitantes aos idosos e/ou suas famílias; foram criados níveis de serviços diferentes para os utentes conforme a bolsa das suas famílias; não há um teto máximo de contribuição por utente, estabelecido por lei; é permitido às Misericórdias e outras instituições sociais de fins não lucrativos recusar utentes, quando estes têm parcos recursos, perante a invocação do falso argumento da lotação, entre outras arbitrariedades.

O governo não tem que hesitar, mas avançar com esta ideia quanto antes. Estas instituições cobram uma taxa bem alta pelo serviço que prestam, que muitas vezes deixa bastante a desejar. Prestam um serviço social, mas não de solidariedade, pois obtêm lucros avultados que guardam para usufruto dos seus principais dirigentes, em vez de baixarem o preço da mensalidade dos idosos ou permitirem que idoso de baixos recursos acedam aos mesmos serviços sem os pagar.
As Misericórdias portuguesas estão cada vez mais ricas, poderosas, mas pagam mal aos seus funcionários, recusam os idosos mais pobres e continuam a usufruir de benesses públicas e doações privadas. É preciso começar a introduzir alguma moralidade nesta área de pseudossolidariedade.

Gabriel Vilas Boas 

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