Etiquetas

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

SÃO JERÓNIMO, de Albrecht Durer


São Jerónimo, de Albrecht Dürer é um dos mais importantes quadros da coleção do Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa.
Este óleo sobre madeira data de 1521, ou seja, do período renascentista, e apresenta-nos São Jerónimo já de avançada idade, numa posição reflexiva, no seu escritório.
São Jerónimo morreu em 89, em Belém, tendo dedicado a sua vida ao estudo das Sagradas Escrituras, à sua tradução e à redação de tratados doutrinais. Jerónimo fez quatro anos de penitência no deserto e formou espiritualmente numerosos discípulos.
Para pintar São Jerónimo, Dürer escolheu um modelo, na rua, um velho de 93 anos, que, com a sua expressão enrugada e venerável, pudesse transmitir a força desta personagem sagrada.
Ao nível da composição, esta obra está organizada a partir de uma diagonal que começa no crucifixo, continua na mão direita (sobre a qual apoia a sua cabeça), nos olhos, na mão esquerda e no dedo indicador que assinala a caveira. Tudo parece indicar uma mensagem cuja leitura passa por este caminho.
Neste quadro de Dürer, destacaria dois pormenores: a mão esquerda do santo sobre a caveira e a parte central esquerda do quadro onde sobressai o manto de São Jerónimo.
No primeiro caso, devemos notar que Dürer fez questão de pintar uma mão enrugada, curtida pelo sol e suja, como se de um camponês se tratasse. Neste sentido, Dürer adianta-se oitenta anos aos cânones pictóricos, pois no começo do século XVII, Caravaggio escandalizará a sociedade romana quando usou mendigos como modelos dos seus quadros.
No segundo caso, devemos notar a exuberância das ondulantes barbas brancas de São Jerónimo e a grande superfície vermelha do seu manto.
Este vermelho, que atrai a atenção do espectador, é visto frequentemente na pintura nórdica. 

Sem comentários:

Enviar um comentário