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domingo, 10 de janeiro de 2016

A TRAVESSIA DO RUBICÃO, 49 a.C.


Em 49 a.C., Júlio César, o triunfante conquistador e governador da Gália Cisalpina, (o que hoje corresponde ao norte de Itália), entrou em conflito com o seu antigo colaborador político, Pompeu, e com o Senado de Roma. Ordenaram a César que resignasse e regressasse a Roma para ser julgado. Ao receber a notícia, cerca de 10 de janeiro, César reagiu conduzindo o seu exército para lá do Rubicão – um riacho que desaguava no mar Adriático – que assinalava a fronteira meridional da Gália Cisalpina. Este ato equivaleu a uma declaração de guerra. A guerra que se seguiu conduziu à morte de Pompeu e ao triunfo de César e por último à queda da República Romana.
Suetónio, 170 anos depois, escreveu sobre este acontecimento marcante na história de Roma, o seguinte trecho na sua obra Vida Dos Doze Césares

«Quando se soube que a interposição dos tribunos a favor de Júlio César fora liminarmente rejeitada, secretamente ele enviou à frente alguns apaniguados, para não levantar suspeitas; e, para manter as aparências, assistiu aos jogos públicos e examinou a maqueta de uma escola de esgrima que se propôs construir, a seguir, como de costume, sentou-se à mesa com um grande grupo de amigos.
            Depois do pôr-do-sol, atrelaram umas mulas à sua carruagem, e ele partiu em segredo, com um séquito muito reduzido. Anoiteceu e perdeu-se, até que um guia o conduziu através de uns atalhos e o devolveu à estrada. Ao aproximar-se com as suas tropas das margens do Rubicão, que era fronteira da sua província, parou e, refletindo na importância do passo que tencionava dar, virou-se para os que o rodeavam, dizendo:
“Ainda podemos voltar para trás. Mas depois de atravessarmos esta pequena ponte, só nos resta lutar.”
         
   Como hesitasse, um homem de porte nobre e aspeto elegante aproximou-se a tocar flauta. Os pastores vieram ouvi-lo assim como os soldados, incluindo alguns corneteiros. O homem pegou numa corneta e correu para o rio; depois, tocando para avançar, atravessou para o outro lado. César exclamou:
“Vamos para onde os augúrios dos deuses e os crimes dos nossos inimigos nos chamam! A sorte está lançada!”

Avançou com o seu exército para a outra margem do rio; em seguida, mostrou-lhes os tribunos da plebe, que haviam chegado de Roma para se juntar a eles, e, na presença deles intimou as tropas a jurarem-lhe fidelidade.»

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