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quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

O MODERNO METRO DE BUDAPESTE (Estações de Szent Gellért e Fovam)


Hoje continuamos pela Hungria e por Budapeste, mas mudamos da pintura para a arquitetura, saímos da evocação da História para entrarmos numa moderna estação de metro.
 As imagens falam por si, mas as estações de metro de Szent Gellért e Fovam são duas preciosidades arquitetónicas modernas e reconhecidas internacionalmente.
Estas duas estções fazem parte da linha de metro M4 da capital húngara, que tem como objetivo ligar o sul de Buda com o centro de Peste, que é o coração de Budapeste.
Numa primeira etapa foram construídas dez estações, numa extensão total de 7,3km.
Este projeto procura atrair os húngaros à utilização dos transportes públicos, cativando também pela beleza e qualidade arquitetónicas das estações.

A equipa de arquitetos responsáveis por este projeto (Tibor Lékány, Sándor Finta, Ádám Hatvani e Orsolva Vadász) quis transformar o metro no transporte da moda em Budapeste. Embora fosse conhecida como uma cidade eclética e romântica, a capital da Hungria estava a deixar-se ultrapassar por outras capitais europeias a nível arquitetónico e por isso os arquitetos húngaros quiseram e conseguiram, com este projeto, dar um sinal claro de modernidade, ainda que ela esteja debaixo do solo.
A estação de Szent Gellért e a Fovam são estações gémeas e situam-se perto do rio Danúbio. Ambas são compostas por túneis e uma caixa cortada e coberta. A estrutura arquitetónica assemelha-se À estrutura óssea de um esqueleto.

A estação de Fovam é mais do que uma estação de metro – é uma espécie de central de transportes onde se processa o interface do comboio, barco, carro, autocarro e metro, que, em conjunto, criam um espaço público aberto tanto por cima como por baixo de terra.
Como seria de prever a estação de Fovam transformou-se na mais importante porta de acesso ao centro histórico de Budapeste. 
Como o corte do espaço subterrâneo é proporcional ao corte transversal das ruas de Peste, construídas no século XIX, os arquitetos decidiram usar a luz natural de Fovam para iluminar as galerias do metro, desenhando claraboias em forma de cristal sobre a estação.
Ao levantar uma espécie de tela sobre a estação de metro, os arquitetos húngaros não mostram apenas a estrutura esquelética das entranhas do metro, mas também criaram um espaço público subterrâneo que pode ser explorado e continuado por outros projetos e por outras artes. Foi com esse sentido que o artista Tamás Komoróczky foi contratado para desenhar o mosaico decorativo de interiores da plataforma interna que se situa mesmo por debaixo da Universidade de Tecnologia e Economia de Budapeste.

É com estações de metro como a de Fovam que viajar de metro é mais do que fintar o trânsito de uma cidade atarefada, é encher os olhos de beleza e sentir que também há vida debaixo da terra.


Gabriel Vilas Boas

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