Hoje continuamos pela Hungria e por
Budapeste, mas mudamos da pintura para a arquitetura, saímos da evocação da História para entrarmos numa moderna estação de metro.
As
imagens falam por si, mas as estações de metro de Szent Gellért e Fovam são
duas preciosidades arquitetónicas modernas e reconhecidas internacionalmente.
Estas duas estções fazem parte da linha de
metro M4 da capital húngara, que tem como objetivo ligar o sul de Buda com o
centro de Peste, que é o coração de Budapeste.
Numa primeira etapa foram construídas dez
estações, numa extensão total de 7,3km.
Este projeto procura atrair os húngaros à
utilização dos transportes públicos, cativando também pela beleza e qualidade
arquitetónicas das estações.
A equipa de arquitetos responsáveis por
este projeto (Tibor Lékány, Sándor Finta, Ádám Hatvani e Orsolva Vadász) quis
transformar o metro no transporte da moda em Budapeste. Embora fosse conhecida
como uma cidade eclética e romântica, a capital da Hungria estava a deixar-se
ultrapassar por outras capitais europeias a nível arquitetónico e por isso os
arquitetos húngaros quiseram e conseguiram, com este projeto, dar um sinal
claro de modernidade, ainda que ela esteja debaixo do solo.
A estação de Szent Gellért e a Fovam são
estações gémeas e situam-se perto do rio Danúbio. Ambas são compostas por
túneis e uma caixa cortada e coberta. A estrutura arquitetónica assemelha-se À
estrutura óssea de um esqueleto.
A estação de Fovam é mais do que uma
estação de metro – é uma espécie de central de transportes onde se processa o
interface do comboio, barco, carro, autocarro e metro, que, em conjunto, criam
um espaço público aberto tanto por cima como por baixo de terra.
Como seria de prever a estação de Fovam
transformou-se na mais importante porta de acesso ao centro histórico de
Budapeste.
Como o corte do espaço subterrâneo é proporcional ao corte transversal
das ruas de Peste, construídas no século XIX, os arquitetos decidiram usar a luz
natural de Fovam para iluminar as galerias do metro, desenhando claraboias em
forma de cristal sobre a estação.
Ao levantar uma espécie de tela sobre a
estação de metro, os arquitetos húngaros não mostram apenas a estrutura
esquelética das entranhas do metro, mas também criaram um espaço público
subterrâneo que pode ser explorado e continuado por outros projetos e por
outras artes. Foi com esse sentido que o artista Tamás Komoróczky foi
contratado para desenhar o mosaico decorativo de interiores da plataforma
interna que se situa mesmo por debaixo da Universidade de Tecnologia e Economia
de Budapeste.
É com estações de metro como a de Fovam que viajar de metro é mais do que fintar o trânsito de uma cidade atarefada, é
encher os olhos de beleza e sentir que também há vida debaixo da terra.
Gabriel Vilas Boas
Sem comentários:
Enviar um comentário