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sábado, 27 de junho de 2015

REBECCA, de Alfred Hitchcock


O mundo via os primeiros meses da II Guerra Mundial e ainda não tinha percebido o quanto nefasta e traumatizante seria, quando em Hollywood vários monstros sagrados discutiam a posse das estatuetas douradas mais desejadas do cinema. Em 1940, REBECCA de Alfred Hitchcock levaria a melhor sobre o “Ditador”, com a fabulosa interpretação de Charles Chaplin, “Casamento Escandaloso”, protagonizado pelo premiado James Setwart ou sobre “vinhas de Ira”, realizado por John Ford, a partir do imortal texto de Steinbeck.

Já famoso pelos magníficos filmes de suspense que fazia em Inglaterra, Alfred Hitchcock rumou a Hollywood para filmar “Rebecca” e conquistar o Óscar de Melhor Filme em 1940. Foi a afirmação definitiva do grande mestre na capital da indústria cinematográfica.
“Rebecca” era uma história à sua medida, plena de emoção e mistério. Uma jovem casa-se com um nobre, indo encontrar um ambiente hostil em casa deste, personificado pela governanta, que lhe recorda permanentemente quão maravilhosa era a primeira esposa do marido, a falecida Rebecca.

Vai-se formando uma densa teia psicológica, e só no fim, quando a jovem tinha estado prestes a suicidar-se é que a verdadeira imagem de Rebecca vem à tona: pérfida, cruel, adúltera.
Interpretações espantosas de Joan Fontaine e Judith Anderson, a jovem tímida esposa de Laurence Olivier e a hedionda governanta, marcam o clima de tensão com que, como ninguém, Alfred Hitchcock vai inundando o ecrã. Olivier não esteve muito à vontade na pele do seu personagem o que não obsta a que seja mais fascinante do que a maioria dos atores.

Foi David O. Selznick, o produtor de E Tudo O Vento Levou, que decidiu chamar Hitchcock para pôr em filme o romance de Daphne du Maurier. Nem tudo correu da melhor maneira entre os dois, pois havia um grande choque de personalidades. Tanto um como o outro queriam dar ao filme um cunho pessoal, e acabou por ser Selznick, o homem que passava os cheques, a levar a melhor. Hitchcock foi chamado a casa do produtor que lhe ordenou que trabalhasse o guião com E. Sherwood. Durante uma sessão que poucos frutos deu, o famoso argumentista queixou-se da forma como Hitchcock diminuía os que trabalhavam com ele, deixando comentários sarcásticos à sua letargia e forma de beber.
Apesar de todas as suspeitas de Selznick, “Rebecca” foi um êxito colossal, que colocou Alfred Hitchcock na primeira linha dos autores de filmes americanos, apesar de ter perdido o prémio de melhor realizador para John Ford. Daí para a frente, o rei do suspense não parou de subir.
Gabriel Vilas Boas. 

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