O nome é difícil de
pronunciar e para muitos de nós não passa de um enorme ponto de interrogação. O
certo é que, em Portugal, existem mais de dez mil ostomizados.
A ostomia é uma
cirurgia que constrói um novo trajeto para as fezes e urina. A partir do
momento em que passa a ter que viver com um “saquinho” a vida de um ostomizado
muda radicalmente, muito mais daquilo que devia, pois há consequências que
podem e devem ser dribladas.
Recentemente, em
Amarante, uma amiga – a Léa Valéria Pinheiro – criou formalmente a “ANO XV –
Associação Nacional dos Ostomizados”.
Mulher determinada e
corajosa, que obrigou a vida a sorrir-lhe, Lé Valéria lutou imenso para que
esta associação visse a luz do dia e que os ostomizados portugueses, e em
especial os da zona do Tâmega, pudessem ter um ponto de apoio médico, logístico
e afetivo.
Nas últimas semanas, a
associação tem procurado agir em várias frentes. Primeiro dar-se a conhecer,
depois alertar a comunidade para os problemas, limitações e preconceitos que os
ostomizados são vítimas.
Esta associação tem
como missão promover a qualidade de vida dos ostomizados através dum apoio
personalizado quer aos próprios doentes quer aos seus familiares. Entre os seus
objetivos estão sensibilizar a sociedade civil para o problema; promover a (re)
integração dos ostomizados na sociedade; recolher e disponibilizar informação
legal e médica relevante para estes doentes; apoiar projetos que surjam, na
sociedade civil, com o propósito de ajudar este tipo de doentes.
A este propósito
saliento que recentemente Léa Pinheiro concorreu ao Prémio Tâmega e Sousa Empreendedor
com uma ideia que pode melhorar e muito a vida dos colostomizados – um cinto
que contorna o abdómen com um suporte que abrange o saco. Em vez do peso estar
concentrado na zona do estômago, fica dividido pela cinta e pelo dorso. Isto
permite um conforto bem maior ao colostomizado. O nome do invento é SSC –
Suporte de Saco para Colostomia. Para já o invento chegou aos cinco finalistas
do concurso, sendo premiados os três melhores projetos.
Esta jovem associação
tem já em vista várias atividades a executar junto da comunidade local, numa
primeira fase, e na comunidade nacional, num segundo momento.
Para já o objetivo é
criar uma equipa multidisciplinar, que abranja as áreas da psicologia,
enfermagem, nutrição e assistência social, que apoie no domicílio ou em
unidades hospitalares (por exemplo, Centros de Saúde), os ostomizados, com estratégias
que ajudem o ostomizado e os seus familiares a adaptarem-se à sua nova
realidade.
Além disso, a
Associação Nacional de Ostomizados quer divulgar e fomentar o aparecimento de
produtos que contribuam para a reintegração destes doentes assim como manter os
associados informados dos direitos e isenções que esta capacidade abrange.
Como diz o slogan da
associação, há vida depois da Ostomia. E cada um de nós pode fazer um bocadinho
parte dela. Entendendo, cuidando, apoiando.
Gabriel
Vilas Boas
Acabei de assistir pela TV a bela, valente, educada e inteligente Léa Valéria Pinheiro falando sobre a ostomia. Foi algo comovente e esclarecedor. Que Deus a abençoe e que ela seja sempre muito feliz. Por todos os seus valorosos méritos Léa deveria ganhar o prêmio de 'Mulher do Ano 2017' em Portugal.
ResponderEliminarAnderson de Carvalho