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domingo, 5 de abril de 2015

(RE)DESCOBRIR A PÁSCOA



No dia 5 de abril de 1722, o explorador neerlandês Jacob Roggevven descobre a ilha da Páscoa, perto do Chile. Ficou com esse nome porque foi descoberta num dia de Páscoa como o de hoje.
Numa era em que o conhecimento está à distância dum click mas longe do coração, ocorre-me, enquanto cristão, que precisamos de (re)descobrir o sentido da Páscoa.
A Páscoa é o coração do Cristianismo. Afirmar a Páscoa é afirmar o cristianismo de cada um. Com o passar dos anos, a tradição vai resistindo à erosão dos tempos, mas a negligência dos cristãos tem secado a sua essência.
A Páscoa devia ser um grande momento de afirmação dos cristãos, de júbilo entre todos aqueles que acreditam que Jesus é Deus e fazem da religião cristã um elemento fundamental das suas vidas. Se cada cristão refletir, honestamente, sobre os momentos mais significativos do “seu” ano, verá que a Páscoa não ocupa nenhum desses lugares.

A religião tradicional e ritualista dos nossos pais trouxe-nos até aqui. Talvez nos tenham trazido com um venda nos olhos, negando-se a analisar as razões duma fé construída na tradição dos antepassados, mas guiaram-nos com o coração duma crença íntegra.
Nós tirámos a venda e descobrimos as imperfeições da Perfeição, mas não nos afastamos, porque Deus é a nossa casa, onde regressamos sempre que nos sentimos sós ou a vida no corre mal. Só que não cuidamos da casa e temos relutância em afirmar que a ela pertencemos.
Envergonhados pelo exemplo que não damos, deixamos de explicar aos nossos filhos o que significa a Páscoa. Alguns perguntarão aos avós quem são aqueles senhores que entraram lá em casa a proclamar que “Cristo Ressuscitou! Aleluia! Aleluia”, mas a explicação será apenas mais uma que o cérebro deglutirá e não haverá tempo para aprender nada com o coração.

Agora que o Papa Francisco conseguiu travar aquele sentimento de vergonha que muitos cristãos tinham em se afirmar como tal, há ainda muito trabalho por fazer. Fazer regressar muitos daqueles que partiram para não voltar e, sobretudo, viver segundo as coordenadas essenciais do cristianismo é uma missão difícil, mas possível!

Não podemos é esperar que seja um senhor de 78 anos a fazer tudo sozinho. Começar por explicar e viver a Páscoa, com simplicidade cristã é um bom começo e um bom exemplo.
Gabriel Vilas Boas

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