No dia 5 de abril de
1722, o explorador neerlandês Jacob Roggevven descobre a ilha da Páscoa, perto
do Chile. Ficou com esse nome porque foi descoberta num dia de Páscoa como o de
hoje.
Numa era em que o
conhecimento está à distância dum click mas longe do coração, ocorre-me,
enquanto cristão, que precisamos de (re)descobrir o sentido da Páscoa.
A Páscoa é o coração
do Cristianismo. Afirmar a Páscoa é afirmar o cristianismo de cada um. Com o
passar dos anos, a tradição vai resistindo à erosão dos tempos, mas a
negligência dos cristãos tem secado a sua essência.
A Páscoa devia ser
um grande momento de afirmação dos cristãos, de júbilo entre todos aqueles que
acreditam que Jesus é Deus e fazem da religião cristã um elemento fundamental
das suas vidas. Se cada cristão refletir, honestamente, sobre os momentos mais
significativos do “seu” ano, verá que a Páscoa não ocupa nenhum desses lugares.
A religião
tradicional e ritualista dos nossos pais trouxe-nos até aqui. Talvez nos tenham
trazido com um venda nos olhos, negando-se a analisar as razões duma fé
construída na tradição dos antepassados, mas guiaram-nos com o coração duma
crença íntegra.
Nós tirámos a venda e
descobrimos as imperfeições da Perfeição, mas não nos afastamos, porque Deus é a
nossa casa, onde regressamos sempre que nos sentimos sós ou a vida no corre
mal. Só que não cuidamos da casa e temos relutância em afirmar que a ela
pertencemos.
Envergonhados pelo
exemplo que não damos, deixamos de explicar aos nossos filhos o que significa a
Páscoa. Alguns perguntarão aos avós quem são aqueles senhores que entraram lá
em casa a proclamar que “Cristo Ressuscitou! Aleluia! Aleluia”, mas a
explicação será apenas mais uma que o cérebro deglutirá e não haverá tempo para
aprender nada com o coração.
Agora que o Papa
Francisco conseguiu travar aquele sentimento de vergonha que muitos cristãos
tinham em se afirmar como tal, há ainda muito trabalho por fazer. Fazer
regressar muitos daqueles que partiram para não voltar e, sobretudo, viver
segundo as coordenadas essenciais do cristianismo é uma missão difícil, mas
possível!
Não podemos é esperar
que seja um senhor de 78 anos a fazer tudo sozinho. Começar por explicar e
viver a Páscoa, com simplicidade cristã é um bom começo e um bom exemplo.
Gabriel Vilas Boas
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