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sexta-feira, 10 de abril de 2015

PAÇO DUCAL DE VILA VIÇOSA


O Palácio Ducal de Vila Viçosa é uma espécie de joia da coroa portuguesa no limite fronteiriço com Espanha.
Visitei-o há uns anos e impressionou-me, pois não é habitual ver um Palácio com aquela grandiosidade fora dos grandes centros urbanos e muito menos numa zona pouco habitada do território nacional.
Construído no século XVI, sofreu importantes obras no século seguinte e chegou a servir de residência real. Atualmente é “apenas” um importante referência histórico-cultural do país e pode ser visitado regularmente. Uma Fundação é proprietária do Paço Ducal de Vila Viçosa, uma obra de arquitetura mudéjar, neoclássica, barroca e manuelina.
Os seus autores foram mestres da obra quinhentista: Afonso de Pallo, Martim Lourenço, Pero de Trilho e Diogo Arruda. Trata-se de um edifício de planta regular, não centralizada, articulando-se um grande corpo de planta retangular, com eixo este-oeste, com três pisos: um térreo, dois nobres.

Sala dos Duques

Há ainda um corpo com planta trapezoidal irregular, estruturada por eixo norte-sul. As coberturas são diferenciadas para cada um dos corpos.
O primeiro corpo corresponde à fachada monumental edificada por D. Teodósio e o segundo ao paço primitivo do duque D. Jaime I. A fachada principal está integralmente revestida de silharia e cantaria no famoso mármore de Estremoz, dispondo-se em três registos verticais e em três horizontais. Estes são definidos por um tramo central de frontão triangular, onde se rasgam os dois pórticos principais.
A fachada é rasgada por uma fiada de vãos retangulares esquadriados num ritmo harmonioso de padrão clássico, alguns com frontão semicircular e cornijas molduradas. Pilastras e arquitraves definem os tramos verticais e horizontais e área dos vãos, dando a toda a composição arquitetónica uma enorme sobriedade clássica.

D. Jaime I mandou construir o Paço Ducal de Vila Viçosa em 1502 e em 1566 foram feitas obras de extensão e beneficiação, por ordem de D. João I. Mais obras foram levadas a cabo em 1583.
Em 1635, foram iniciados os trabalhos de composição das fachadas clássicas, de D. Teodósio, enquanto em 1716, novas obras foram feitas por ordem de D. João V, as quais duraram ate 1770, ou seja, já no reinado de D. José.

Já no século XX, em 1939, procedeu-se a um restauro geral, que se estendeu às coberturas em 1963.
O Paço Ducal de Vila Viçosa foi durante anos considerada a residência de campo das famílias reais, especialmente em período de férias de Verão. O rei D. Carlos tinha partido do Palácio de Vila Viçosa quando, à chegada a Lisboa, foi assassinado juntamente com o seu filho e herdeiro da coroa, Luís Filipe. Quando visitei o palácio pude ver in loco a carruagem onde seguia o rei assassinado, assim como outras carruagens menos que faziam as delícias da aristocracia do século XIX.

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