O
Palácio Ducal de Vila Viçosa é uma espécie de joia da coroa portuguesa no
limite fronteiriço com Espanha.
Visitei-o
há uns anos e impressionou-me, pois não é habitual ver um Palácio com aquela grandiosidade
fora dos grandes centros urbanos e muito menos numa zona pouco habitada do
território nacional.
Construído
no século XVI, sofreu importantes obras no século seguinte e chegou a servir de
residência real. Atualmente é “apenas” um importante referência
histórico-cultural do país e pode ser visitado regularmente. Uma Fundação é
proprietária do Paço Ducal de Vila Viçosa, uma obra de arquitetura mudéjar,
neoclássica, barroca e manuelina.
Os
seus autores foram mestres da obra quinhentista: Afonso de Pallo, Martim
Lourenço, Pero de Trilho e Diogo Arruda. Trata-se de um edifício de planta
regular, não centralizada, articulando-se um grande corpo de planta retangular,
com eixo este-oeste, com três pisos: um térreo, dois nobres.
Sala dos Duques
Há
ainda um corpo com planta trapezoidal irregular, estruturada por eixo
norte-sul. As coberturas são diferenciadas para cada um dos corpos.
O
primeiro corpo corresponde à fachada monumental edificada por D. Teodósio e o
segundo ao paço primitivo do duque D. Jaime I. A fachada principal está
integralmente revestida de silharia e cantaria no famoso mármore de Estremoz,
dispondo-se em três registos verticais e em três horizontais. Estes são definidos por um tramo central de frontão
triangular, onde se rasgam os dois pórticos principais.
A
fachada é rasgada por uma fiada de vãos retangulares esquadriados num ritmo
harmonioso de padrão clássico, alguns com frontão semicircular e cornijas
molduradas. Pilastras e arquitraves definem os tramos verticais e horizontais e
área dos vãos, dando a toda a composição arquitetónica uma enorme sobriedade
clássica.
D.
Jaime I mandou construir o Paço Ducal de Vila Viçosa em 1502 e em 1566 foram
feitas obras de extensão e beneficiação, por ordem de D. João I. Mais obras
foram levadas a cabo em 1583.
Em
1635, foram iniciados os trabalhos de composição das fachadas clássicas, de D.
Teodósio, enquanto em 1716, novas obras foram feitas por ordem de D. João V, as
quais duraram ate 1770, ou seja, já no reinado de D. José.
Já
no século XX, em 1939, procedeu-se a um restauro geral, que se estendeu às
coberturas em 1963.
O
Paço Ducal de Vila Viçosa foi durante anos considerada a residência de campo
das famílias reais, especialmente em período de férias de Verão. O rei D.
Carlos tinha partido do Palácio de Vila Viçosa quando, à chegada a Lisboa, foi
assassinado juntamente com o seu filho e herdeiro da coroa, Luís Filipe. Quando
visitei o palácio pude ver in loco a carruagem onde seguia o rei assassinado,
assim como outras carruagens menos que faziam as delícias da aristocracia do
século XIX.
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