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quarta-feira, 15 de abril de 2015

O DIA EM QUE O TITANIC AFUNDOU


Às primeiras horas da madrugada do dia 15 de abril de 1912, o maior e mais imponente navio do mundo, supostamente inafundável, começava o seu inexorável caminho para o fundo do oceano atlântico, levando com ele mais de 1500 pessoas, ou seja, dois terços dos passageiros que seguiam a bordo do Titanic, na fatídica viagem inaugural, entre Southampton (Inglaterra) e Nova Iorque (EUA).
O mundo ficou em choque, pois todos julgavam o Titanic uma fortaleza inexpugnável, dadas as dimensões, a excelência dos materiais em que foi contruído e a experiência comprovada da tripulação. No entanto, o mais luxuoso paquete do mundo tinha uma segurança muito débil, pois possuía um número reduzido de botes salva-vidas, o leme era demasiado pequeno para as dimensões do navio (o que se revelou desastroso na tentativa de contornar o iceberg) e os vigias não estavam equipados com indispensáveis binóculos que lhes permitiriam ter avistado a tempo o iceberg e desse modo fugir ao embate fatal.
Olho para o que aconteceu com o Titanic como mais uma lição da História ao ser humano. Frequentemente o Homem confunde luxo com segurança total e porta-se perante a Natureza com uma soberba perigosa, pueril e ridícula.
O luxo é um upgrade da vida e não a própria vida. Frequentemente perdemos a noção da hierarquia das coisas e trocamos o essencial pelo acessório. Isto não quer dizer que não haja lugar para os dois nem que devemos abominar as coisas boas e supérfluas, mas apenas que devemos respeitar a importância natural de cada coisa.

Não tem piada nenhuma morrer com estilo, porque morrer nunca teve piada. Viver com estilo tem imensa graça, desde que o estilo não mate o prazer de viver.
As pessoas que morreram naquele horrível desastre de 1912 podem ter entrado na História, mas não chegaram sequer a Nova Iorque. Aprecio muito quando o ser humano se desafia e tenta contrariar a força da natureza, mas gosto que o faça com fortes possibilidades de sucesso. Apostar todas as fichas na sorte é abdicar do único trunfo que Homem tem sobre a natureza: a inteligência.

Gabriel Vilas Boas

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