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quarta-feira, 29 de abril de 2015

O DIA DA DANÇA


Martha Graham disse, um dia, que a dança é a linguagem escondida da alma! E eu não posso estar mais de acordo com ela. A dança exige paixão.
Claro que precisamos de dominar as diversas técnicas, possuir uma excelente preparação física, conhecer as coreografias previamente desenhadas, sentir o ritmo, executar os diversos passos com precisão cirúrgica, mas sem paixão tudo isso parecerá… mecânico.
É preciso paixão para dançar, porque dançar é sentir. A grande Isadora Duncan dizia também que “sentir é sofrer e sofrer é amar… Tu amas, sofres e sentes. Por isso, dança!”

Todavia sempre foi muito difícil levar as pessoas a dançarem, especialmente os homens. O medo do ridículo constitui um fantasma enorme, que leva tempo a domar. Ultimamente, assistiu-se a um pequeno boom de aulas de dança, um pouco por todo o país. Ao tradicional sonho de muitas meninas em se tornarem bailarinas, acrescentou-se a vontade irreprimível de muitas mulheres imitarem algumas participantes dos vários concursos televisivos dedicados à dança. Ver a performance dos vários pares concorrentes aguça o desejo de qualquer um/a, que sente a imaginação voar através da dança.

Paralelamente, Anselmo Ralph trouxe as danças africanas para a ribalta e, quase sem dar por isso, grande parte daqueles que gostam de dançar foram atraídos pelo Kizomba. Originária de Angola, a Kizomba é uma dança cheia de calor e sensualidade, que favorece uma verdadeira cumplicidade entre pares. Ao ver o crescente interesse das suas mulheres pela Kizomba, muitos homens terão pensado que era finalmente a altura de aprender a dançar…

Até porque a dança é um espetáculo que está para além do espetáculo. Muitas vezes, encerra algo de dramatúrgico e aproxima-se do teatro. Hoje no Teatro Nacional S. João, a celebérrima bailarina e coreógrafa Olga Roriz apresenta, através da sua companhia de dança, o espetáculo “Terra”. Este espetáculo foi apresentado pela primeira vez o ano passado e resulta de uma produção conjunta do CCB, TNSJ e da Companhia Olga Roriz. Neste espetáculo pretende--se que o espectador perceba a exaltação do movimento e da imagem. Apesar da pouca inovação artística, a peça destaca-se pela grande espetacularidade e capacidade de entreter o grande público.
Entretendo os olhos ou fazendo mexer o corpo, a dança será sempre uma ótima forma de demonstrar as maravilhas que a mente e o corpo, unidos à música, são capazes de realizar.
Por isso, hoje…
Esquece as tuas inquietações e dança!
Esquece as tuas tristezas e dança!
Esquece as tuas doenças e dança!
Esquece as tuas fraquezas e dança!

Gabriel Vilas Boas

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