Despertei para o "fenómeno musical" António Zambujo há três anos, através de dois amigos, a Rosa Maria Pereira e o António Augusto, que me mostraram a música de um alentejano de voz delicada, doce e cristalina.
Num concerto realizado em Estarreja, verifiquei, in loco, toda a qualidade musical de um cantor excecional, que funda a sua música algures entre o cante alentejano e o fado.
Ao ouvir António Zambujo, repara-se logo naquela profunda serenidade alentejana que lhe transparece na voz, no à vontade com o público, na bela simplicidade das coisas bonitas e grandes, que jamais se confunde com banalidade.
Zambujo tem o alentejo na voz e o fado na alma. Da fusão destes dois mundos tão portugueses se faz a música do filho predileto de Beja.
A experiência dum concerto de Zambujo é algo de inolvidável, porque Zambujo tem simultaneamente uma música cheia de memória lusitana e de inovação, já que o cantor sabe, perfeitamente, quando deve emergir a personalidade única da sua voz, o som da guitarra portuguesa ou a ousadia marota das suas letras.
A experiência dum concerto de Zambujo é algo de inolvidável, porque Zambujo tem simultaneamente uma música cheia de memória lusitana e de inovação, já que o cantor sabe, perfeitamente, quando deve emergir a personalidade única da sua voz, o som da guitarra portuguesa ou a ousadia marota das suas letras.
Sabe tão bem ao espírito ouvir “Modas Alentejanas” que damos por nós a entoar “fui a encontrar no jardim aquela mulher que eu amo”, que nem percebemos que já nos fundimos com a música e ela penetrou na nossa alma.
Depois há também o Zambujo que inocentemente nos convida a dar uma voltinha na sua “Lambreta”, num convite/pedido tão carinhoso e insinuante que é difícil resistir à sedução de uma música que nos conquista pela delicadeza, pela depuração sonora, pela facilidade com que mostra a simplicidade e beleza da vida.
É difícil escolher qual a música de Zambujo que mais gosto. Entre a poesia da “Moda Alentejana”, o êxito de “Lambreta”, a ousadia de “Flagrante” e a preciosidade de “Em quatro Luas”, a escolha é muito difícil.
Como quase todos já deram uma voltinha na Lambreta do alentejano, proponho-vos a letra de Em “Quatro Luas” e a música de “Flagrante”.
“À janela corre o tempo
Na memória o esquecimento
E a vontade de ficar
Em teus braços distraídos
Entreabertos nos sentidos
Do teu corpo a meditar
O desejo que esqueci
Dorme agora ao pé de ti
No teu sonho a murmurar
Guardo a luz da tua pele
Duas rosas, vinho e mel
Quatro luas sobre o mar
Volto atrás nesta viagem
À procura da coragem
Que renasce de te ver
No regresso da saudade
Eu encontro a felicidade
Que por ti vou aprender”
Gabriel Vilas Boas
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