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sexta-feira, 24 de abril de 2015

PAÇOS DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA


Esta semana a Universidade de Coimbra completou 725 anos de história. A esta universidade ligam-me laços profundos, pois estudei e formei-me nela e em Coimbra vivi momentos extraordinários que ainda hoje recordo com saudade.
Hoje escrevo sobre os Paços da Universidade mais famosa do país e um das mais antigas e  famosas da Europa.
Situada na parte alta da cidade, na zona da alcáçova, a dominar a cidade e com amplas vistas panorâmicas sobre o Mondego, os PAÇOS DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA, que começaram a ser construídos no século XIII, albergam hoje, para além das instalações académicas, a Biblioteca da Universidade e o Museu de Arte Sacra.
Trata-se de uma arquitetura civil, residencial, educativa e científica, na qual predominam os estilos gótico, manuelino, renascentista e maneirista, barroco, pombalino e neoclássico.



A Universidade de Coimbra é uma das mais antigas universidades da Europa. Fundada em Lisboa em 1290, foi definitivamente transferida para Coimbra no século XVI, instalando-se no Paço Real. O edifício apenas passou a pertencer à universidade em 1597, data em que esta instituição o adquiriu, durante o domínio filipino, ao monarca espanhol Filipe II, I de Portugal.

A Biblioteca Joanina

Dentro do complexo, destaque para a Biblioteca Joanina, de estilo barroco, construída em 1717, no reinado de D. João V. Tem um portal nobre de estilo barroco, encimado por escudo nacional. O interior é formado por três salas comunicantes por três arcos de estrutura idêntica à do portal. As paredes são cobertas de estantes de dois andares, e madeiras exóticas, douradas e policromadas executadas por Manuel da Silva, que era o pintor régio.
A Biblioteca – que guarda um retrato evocativo de D. João V, datado de 1725 – tem cerca de 300 mil obras, dos séculos XII ao XIX, com especial incidência em áreas como o Direito, a Teologia e a Filosofia.
Uma vista da Via Latina

É ainda de notar que a capela de S. Miguel, mandada construir entre 1517-1522, tem fachada manuelina, foi remodelada nos séculos XVII e XVIII. O portal principal também é manuelino, mas a porta de acesso é já de estilo neoclássico e o retábulo principal de talha dourada é maneirista, com pinturas de Domingos Serrão e Simão Rodrigues, sobre a vida de Cristo.
Uma das salas mais famosas de toda a Universidade é a Sala dos Capelos. Já foi sala do trono e atualmente é lá que se fazem os mais importantes atos académicos, como por exemplo os doutoramentos. Data de meados do século XVII e é da autoria de António Tavares. O teto é de madeira e nele se podem ver pinturas de grotescos. Nesta sala são ainda de realçar os azulejos tipo «Tapete» e telas de reis, da autoria de Columbano e João Baptista Ribeiro.

Sublinhe-se igualmente a Torre em estilo barroco de Mafra, construída entre 1728 e 1733. Tem 34 metros de altura e um sino estridente que chamava os alunos para as aulas e por isso estes lhe chama(va)m “cabra”.
Nestes Paços da Universidade coimbrã devemos ainda destacar a Via Latina, com colunas neoclássicas, construída no século XVIII, no centro da qual existe um conjunto de esculturas executado por Laprade em 1700, ao qual se juntou o busto de D. José I e duas figuras alegóricas.
Finalmente, um último olhar sobre a Porta Férrea, entrada nobre do edifício principal da Universidade. Data de 1634, maneirista de corrente popular, o que a partir de 1570 é típico da arte de Coimbra.


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