Etiquetas

sexta-feira, 17 de abril de 2015

MOSTEIRO DOS JERÓNIMOS


O Mosteiro dos Jerónimos é o monumento nacional mais visitado quer pelos portugueses quer pelos estrangeiros que nos visitam.
Situado em Belém, a dois passos do Tejo, o Mosteiro dos Jerónimos alberga os túmulos de D. Manuel I, D. João III, o cardeal do Henrique, Camões e Vasco da Gama.
Erguido no século XVI, constitui um dos mais importantes monumentos do manuelino, com mão de mestres de grande nomeada como Francisco de Arruda, Diogo de Boitaca, Jerónimo de Ruão ou João Castilho.
A parte manuelina do edifício alberga a igreja, o claustro, a sacristia e o refeitório. No entanto, no monumento coexistem outros estilos como o maneirista (capela-mor e forro do transepto), o revivalista (remate da torre, sala do capítulo), o modernista (ala este e Biblioteca da Marinha).


A igreja-salão manuelina tem planta longitudinal em cruz latina, de três naves à mesma altura cobertas por abóbada única, rebaixada e apoiada em pilares oitovados. Os braços do transepto são escalonados em altura relativamente ao cruzeiro, coberto com abóbada de berço polinervado. Esta igreja possui ábside maneirista retangular no exterior e de topo semicircular no interior, coberta por berço de caixotões de mármore. Por fora, a igreja apresenta uma volumetria horizontal/retangular de aspeto unitário, em telhado de duas águas.
O claustro é de planta retangular com octógono inscrito, com dois pisos de arcadas maineladas e galerias abobadadas. A sacristia é retangular de abóbada única rebaixada.
A torre e o corpo do antigo dormitório foram profundamente alterados por intervenções revivalistas neomanuelinas que introduziram elementos decorativos de temática marinha, igualmente aplicados nas alas norte e oeste do anexo, mas abandonados na ala este, onde se evidencia a presença de betão armado, em total rutura com a tendência anterior.
É de registar ainda que o mosteiro é um complexo arquitetónico e funcional, articulando as componentes de serviço público aos mareantes, mosteiro, mausoléu e palácio. É a única igreja do século XVI onde se atinge a plena isotropia, constituindo o exemplo tecnicamente mais avançado de programa estrutural-espacial das igrejas-salão.
As origens do mosteiro remontam a 1459, quando uma Bula de Pio II confirmou e instituiu a paróquia de Ermida de Santa Maria de Belém, no Restelo, fundada pelo infante D. Henrique e doada à Ordem de Cristo em 1460.

Em 1496, uma Bula de Alexandre VI fundou canonicamente o mosteiro de Santa Maria de Belém, a pedido de D. Manuel I, que doou a Ermida à Ordem de S. Jerónimo.
Em 1521, o rei Venturoso morre, sendo sepultado na Ermida, porque a Igreja ainda não estava concluída, o que só aconteceu trinta anos depois, altura em que se deu a transladação dos ossos de D. Manuel I, de D. Maria II e dos Infantes para o cruzeiro da nova igreja.
Sublinhe-se, por último, que entre 1808 e 1813 verificou-se a instalação das tropas de Wellington e do Hospital Militar britânico no mosteiro, o que obrigou ao fecho das arcadas superiores do claustro.

   

Sem comentários:

Enviar um comentário