O Mosteiro dos Jerónimos é o monumento nacional mais visitado quer pelos portugueses quer pelos estrangeiros que nos visitam.
Situado em Belém, a
dois passos do Tejo, o Mosteiro dos Jerónimos alberga os túmulos de D. Manuel
I, D. João III, o cardeal do Henrique, Camões e Vasco da Gama.
Erguido no século XVI,
constitui um dos mais importantes monumentos do manuelino, com mão de mestres de grande nomeada como Francisco de Arruda, Diogo de Boitaca, Jerónimo
de Ruão ou João Castilho.
A parte manuelina do
edifício alberga a igreja, o claustro, a sacristia e o refeitório. No entanto, no
monumento coexistem outros estilos como o maneirista (capela-mor e forro do
transepto), o revivalista (remate da torre, sala do capítulo), o modernista
(ala este e Biblioteca da Marinha).
A igreja-salão manuelina
tem planta longitudinal em cruz latina, de três naves à mesma altura cobertas
por abóbada única, rebaixada e apoiada em pilares oitovados. Os braços do
transepto são escalonados em altura relativamente ao cruzeiro, coberto com
abóbada de berço polinervado. Esta igreja possui ábside maneirista retangular
no exterior e de topo semicircular no interior, coberta por berço de caixotões
de mármore. Por fora, a igreja apresenta uma volumetria horizontal/retangular
de aspeto unitário, em telhado de duas águas.
O claustro é de planta
retangular com octógono inscrito, com dois pisos de arcadas maineladas e
galerias abobadadas. A sacristia é retangular de abóbada única rebaixada.
A torre e o corpo do
antigo dormitório foram profundamente alterados por intervenções revivalistas
neomanuelinas que introduziram elementos decorativos de temática marinha,
igualmente aplicados nas alas norte e oeste do anexo, mas abandonados na ala
este, onde se evidencia a presença de betão armado, em total rutura com a
tendência anterior.
É de registar ainda que
o mosteiro é um complexo arquitetónico e funcional, articulando as componentes de
serviço público aos mareantes, mosteiro, mausoléu e palácio. É a única igreja
do século XVI onde se atinge a plena isotropia, constituindo o exemplo tecnicamente
mais avançado de programa estrutural-espacial das igrejas-salão.
As origens do mosteiro
remontam a 1459, quando uma Bula de Pio II confirmou e instituiu a paróquia de
Ermida de Santa Maria de Belém, no Restelo, fundada pelo infante D. Henrique e
doada à Ordem de Cristo em 1460.
Em 1496, uma Bula de
Alexandre VI fundou canonicamente o mosteiro de Santa Maria de Belém, a pedido
de D. Manuel I, que doou a Ermida à Ordem de S. Jerónimo.
Em 1521, o rei
Venturoso morre, sendo sepultado na Ermida, porque a Igreja ainda não estava
concluída, o que só aconteceu trinta anos depois, altura em que se deu a
transladação dos ossos de D. Manuel I, de D. Maria II e dos Infantes para o cruzeiro
da nova igreja.
Sublinhe-se, por último,
que entre 1808 e 1813 verificou-se a instalação das tropas de Wellington e do
Hospital Militar britânico no mosteiro, o que obrigou ao fecho das arcadas superiores
do claustro.
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