Etiquetas

quinta-feira, 26 de março de 2015

MUSEUS REAIS DAS BELAS-ARTES DA BÉLGICA


A singularidade dos Museus Reais de Belas-Artes da Bélgica é, sem dúvida, um dos aspetos mais importantes a destacar na altura de avaliar as coleções artísticas que se conservam neles.
Além disso, os dois principais edifícios encontram-se num pequeno monte, Mont des Arts, a partir do qual se pode ver uma bonita vista panorâmica da cidade de Bruxelas.
Os museus reais da Bélgica reúnem quatro museus diferentes com grandes coleções de pintura, escultura e desenho da arte belga.
Entre os quatro museus destacam-se dois de carácter geral: o Museu de Arte Antiga e o Museu de Arte Moderna; e dois de carácter monográfico: o Museu de Antoine Wiertz e o Museu de Constantin Meunier.

O Museu de Arte Moderna encontra-se situado no Palácio Balat e é muito conhecido e conceituado pela sua coleção de pintura flamenga que cobre desde o século XIV até ao século XVIII. Há que ter em conta que é o único museu do mundo que permite realizar um percurso cronológico completo, desde a etapa renascentista, na qual se incluem os chamados “Primitivos Flamengos”, até à época Barroca, representada por artistas tão significativos como Rubens.
Quanto ao Museu de Arte Moderna, há que assinalar que se encontra junto ao anterior e que entre ambos se estabelece um forte contraste visual, pois este último é de construção moderna.  O novo edifício, inaugurado em 1984, foi projetado pelo arquiteto Roger Bastin, que soube conciliar modernidade e tradição no trabalho desenvolvido. Este museu inclui obras de artistas do século XIX e XX. Nele podemos admirar obras de grandes pintores belgas como Ensor, Magritte, Delvaux.

Os Museus Reais de Belas-Artes da Bélgica integram ao mesmo tempo dois museus de carácter monográfico que se encontram em diferentes lugares. Um deles é o museu Antoine Wiertz, que se encontra situado no bairro Leopold, num lugar onde o artista anteriormente tivera a sua oficina. Wiertz foi um importante escultor e pintor belga do período do Romantismo, cuja obra apresenta aspetos peculiares.  
O outro museu é o museu de Constantin Meunier, pintor e escultor realista, que construiu uma casa-oficina em Ixelles, posteriormente comprada pelo estado belga com todo o espólio do artista. A partir de 1978, estas obras passaram a fazer parte dos Museus Reais de Belas-Artes da Bélgica.

As coleções de arte que integram os Museus Reais de Belas-Artes da Bélgica encontram-se diretamente relacionadas com a história do seu país. Deve considerar-se que  Bélgica é um país jovem, pois a data da sua fundação é de 1830, altura em que se uniram diversos territórios dando origem ao que hoje denominamos como Bélgica. Durante o reinado de Leopoldo I, começou a formar-se uma coleção estatal de pintura moderna, contudo a fundação dos museus reais belgas só acontece em 1927.
Quanto às obras-primas que podemos ver nestes museus, falarei delas noutro dia, organizando-as em três períodos: séculos XV e XVI, onde se destacam a “Pietá” de Rogier Van der Weuden e várias obras de Pieter Brueghel, o Velho; os séculos XVII e XVIII,  onde pontificam quadros de Rubens, Van Dyck e Rembrandt, entre outros e os séculos XIX e XX, com quadros de Bacon, Magritte, Chirico, Gauguin e Van Gogh.
E de facto, passar em Bruxelas e não visitar o Musée Royaux des Beau-Arts de Belgique é como ir a Roma e não ver o Papa.

Gabriel Vilas Boas

Sem comentários:

Enviar um comentário