A singularidade dos
Museus Reais de Belas-Artes da Bélgica é, sem dúvida, um dos aspetos mais
importantes a destacar na altura de avaliar as coleções artísticas que se
conservam neles.
Além disso, os dois
principais edifícios encontram-se num pequeno monte, Mont des Arts, a partir do
qual se pode ver uma bonita vista panorâmica da cidade de Bruxelas.
Os museus reais da
Bélgica reúnem quatro museus diferentes com grandes coleções de pintura,
escultura e desenho da arte belga.
Entre os quatro
museus destacam-se dois de carácter geral: o Museu de Arte Antiga e o Museu de
Arte Moderna; e dois de carácter monográfico: o Museu de Antoine Wiertz e o
Museu de Constantin Meunier.
O Museu de Arte Moderna
encontra-se situado no Palácio Balat e é muito conhecido e conceituado pela sua
coleção de pintura flamenga que cobre desde o século XIV até ao século XVIII.
Há que ter em conta que é o único museu do mundo que permite realizar um
percurso cronológico completo, desde a etapa renascentista, na qual se incluem
os chamados “Primitivos Flamengos”, até à época Barroca, representada por
artistas tão significativos como Rubens.
Quanto ao Museu de
Arte Moderna, há que assinalar que se encontra junto ao anterior e que entre
ambos se estabelece um forte contraste visual, pois este último é de construção
moderna. O novo edifício, inaugurado em
1984, foi projetado pelo arquiteto Roger Bastin, que soube conciliar
modernidade e tradição no trabalho desenvolvido. Este museu inclui obras de
artistas do século XIX e XX. Nele podemos admirar obras de grandes pintores
belgas como Ensor, Magritte, Delvaux.
Os Museus Reais de
Belas-Artes da Bélgica integram ao mesmo tempo dois museus de carácter
monográfico que se encontram em diferentes lugares. Um deles é o museu Antoine
Wiertz, que se encontra situado no bairro Leopold, num lugar onde o artista
anteriormente tivera a sua oficina. Wiertz foi um importante escultor e pintor
belga do período do Romantismo, cuja obra apresenta aspetos peculiares.
O outro museu é o museu de
Constantin Meunier, pintor e escultor realista, que construiu uma casa-oficina
em Ixelles, posteriormente comprada pelo estado belga com todo o espólio do
artista. A partir de 1978, estas obras passaram a fazer parte dos Museus Reais
de Belas-Artes da Bélgica.
As coleções de arte
que integram os Museus Reais de Belas-Artes da Bélgica encontram-se diretamente
relacionadas com a história do seu país. Deve considerar-se que Bélgica é um país jovem, pois a data da sua
fundação é de 1830, altura em que se uniram diversos territórios dando origem
ao que hoje denominamos como Bélgica. Durante o reinado de Leopoldo I, começou
a formar-se uma coleção estatal de pintura moderna, contudo a fundação dos museus reais belgas só acontece em 1927.
Quanto às
obras-primas que podemos ver nestes museus, falarei delas noutro dia,
organizando-as em três períodos: séculos XV e XVI, onde se destacam a “Pietá” de
Rogier Van der Weuden e várias obras de Pieter Brueghel, o Velho; os séculos XVII
e XVIII, onde pontificam quadros de
Rubens, Van Dyck e Rembrandt, entre outros e os séculos XIX e XX, com quadros
de Bacon, Magritte, Chirico, Gauguin e Van Gogh.
E de facto, passar em
Bruxelas e não visitar o Musée Royaux des Beau-Arts de Belgique é como ir a
Roma e não ver o Papa.
Gabriel Vilas Boas
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