Localizado bem no
centro da vila de Sintra, o Palácio Nacional de Sintra já foi palácio real e é
hoje propriedade do Estado que o usa para fins culturais.
A sua construção data
do século XVI, mas o arquiteto responsável pela obra não é conhecido. A sua
estrutura apresenta traços da arquitetura medieval, gótica, manuelina, renascentista
e românica.
É considerado um
exemplo de arquitetura orgânica, pois apresenta um conjunto de corpos
aparentemente separados mas que fazem parte dum todo articulado entre si,
através de pátios, escadas, corredores e galerias.
De planta complexa,
organiza-se em V e apresenta volumetria escalonada, constituída por paralelepípedos,
sendo a cobertura efetuada por vários telhados diferenciados a quatro águas.
O elemento visual que
mais se destaca em quem vê o palácio a uma certa distância é o par de altas
chaminés cónicas. O alçado principal está organizado em três corpos, sendo o
central mais elevado e recuado relativamente aos extremos. Existe ainda no piso
térreo uma arcaria com quatro arcos quebrados encimados por cinco janelas e
emolduramento em calcário. As outras frentes do edifício apresentam uma
complexa articulação de corpos salientes e reentrantes, destacando-se, pelo seu
volume cúbico, a Sala dos Brasões.
Os compartimentos
internos refletem-se em núcleos organizados em torno dos pátios. Destacam-se os
seguintes: a Sala dos Archeiros, a Sala Moura ou dos Árabes, a Sala das Pegas,
a Sala dos Cisnes e a Sala dos Brasões – que ostenta a representação das armas
de 72 famílias nobres portuguesas e dos oito filhos de D. Manuel I – a Sala das
Sereias e a Sala das Audiência.
A capela, de planta
retangular e nave única, teve os muros revestidos por pintura ornamental e teto
em madeira. Na cozinha são notórios os arranques octogonais das chaminés
monumentais. Alguns compartimentos da chamada ala manuelina ostentam ornamentos
de vãos de lareira em calcário.
Apesar de só ter sido
edificado no século XVI, há relato da existência de um outro palácio nas
redondezas. Este terá sido doado pelo rei D. João I ao Conde de Seia, no século
XIV, voltando para a posse real alguns anos mais tarde.
Em 1489, foi iniciada
uma campanha de obras que visava aligeirar a massa da construção e enriquecer a
decoração interior, aplicando-lhe azulejos andaluzes. Entre 1505 e 1520,
ergueu-se a chamada ala manuelina e, em 1508, teve início a construção da
chamada Sala dos Brasões.
Durante o reinado de D.
João III, meados do século XVI, edificou-se o espaço entre a ala joanina e ala a manuelina. No século XVII, sob a orientação do Conde de Soure, procedeu-se a obras de orientação e ampliação e, entre 1683 e 1706 (reinado de D. Pedro II),
renovaram-se as pinturas dos tetos de alguns compartimentos.
Em 1755, foram
realizadas importantes obras de restauro, por causa dos danos causados pelo
terramoto, e edificada a ala que vai do Jardim da Preta ao Palácio dos
Tanquinhos. Nova e derradeira campanha de decoração foi levada a cabo em 1863.
Hoje o Palácio Nacional
de Sintra recebe a visita de milhares de turistas, durante todo o ano, e é
palco de variados eventos culturais, com especial destaca para a música
erudita.
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