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terça-feira, 22 de março de 2016

O IMPÉRIO DAS LUZES, de Magritte



Magritte é um pintor surrealista belga que recebeu a sua educação em Bruxelas, depois completada pelas viagens que efectuou pela Europa: França, Grã-Bretanha, Holanda, Alemanha. Entre 1927 e 1930, viveu perto de Paris, contactando com o grupo surrealista francês. Contudo, ao longo da Segunda Guerra Mundial, pintou várias obras impressionistas. Viveu em Bruxelas e pintou várias pinturas murais para diversos edifícios públicos belgas.  





Esta obra do pintor surrealista belga Magritte apresenta uma paisagem da qual existem diversas versões, embora esta tenha sido realizada exclusivamente para o Museu Real de Belas Artes de Bruxelas. O artista apresentou nela a realidade imediata, como a árvore o candeeiro, o céu, a casa ou a água.
Magritte transmite a sensação de se estar a observar uma paisagem misteriosa. Esta obedece, em parte, ao facto de o céu claro e sem nuvens ser próprio da meia tarde enquanto um candeeiro de rua ilumina duas janelas de uma das fachadas da casa.
Magritte joga com o espectador, pois este não sabe, ao certo, se se trata de uma paisagem diurna ou noturna, já que podem encontrar-se elementos que defendem ambas as hipóteses. Deste modo, o pintor belga consegue evocar uma atmosfera poética fantástica, que converte a obra numa composição absolutamente mágica.
Nesta pintura, aprecio dois pormenores: o candeeiro e os reflexos de luz na água. O candeeiro (elemento de modernidade e usado pela primeira vez pelos impressionistas) ilumina a fachada da casa ao mesmo tempo que provoca magníficos reflexos de luz na água.
A água possui umas cores maravilhosas. Podemos observar as cores rosa e verde das janelas reflectidas na água escura.  
Ver os quadros de Magritte entre outras preciosidades dos Museus Reais de Belas-Artes, em Bruxelas, é uma muito boa razão para visitar este pequeno país do centro da europa.

Gabriel Vilas Boas

quinta-feira, 26 de março de 2015

MUSEUS REAIS DAS BELAS-ARTES DA BÉLGICA


A singularidade dos Museus Reais de Belas-Artes da Bélgica é, sem dúvida, um dos aspetos mais importantes a destacar na altura de avaliar as coleções artísticas que se conservam neles.
Além disso, os dois principais edifícios encontram-se num pequeno monte, Mont des Arts, a partir do qual se pode ver uma bonita vista panorâmica da cidade de Bruxelas.
Os museus reais da Bélgica reúnem quatro museus diferentes com grandes coleções de pintura, escultura e desenho da arte belga.
Entre os quatro museus destacam-se dois de carácter geral: o Museu de Arte Antiga e o Museu de Arte Moderna; e dois de carácter monográfico: o Museu de Antoine Wiertz e o Museu de Constantin Meunier.

O Museu de Arte Moderna encontra-se situado no Palácio Balat e é muito conhecido e conceituado pela sua coleção de pintura flamenga que cobre desde o século XIV até ao século XVIII. Há que ter em conta que é o único museu do mundo que permite realizar um percurso cronológico completo, desde a etapa renascentista, na qual se incluem os chamados “Primitivos Flamengos”, até à época Barroca, representada por artistas tão significativos como Rubens.
Quanto ao Museu de Arte Moderna, há que assinalar que se encontra junto ao anterior e que entre ambos se estabelece um forte contraste visual, pois este último é de construção moderna.  O novo edifício, inaugurado em 1984, foi projetado pelo arquiteto Roger Bastin, que soube conciliar modernidade e tradição no trabalho desenvolvido. Este museu inclui obras de artistas do século XIX e XX. Nele podemos admirar obras de grandes pintores belgas como Ensor, Magritte, Delvaux.

Os Museus Reais de Belas-Artes da Bélgica integram ao mesmo tempo dois museus de carácter monográfico que se encontram em diferentes lugares. Um deles é o museu Antoine Wiertz, que se encontra situado no bairro Leopold, num lugar onde o artista anteriormente tivera a sua oficina. Wiertz foi um importante escultor e pintor belga do período do Romantismo, cuja obra apresenta aspetos peculiares.  
O outro museu é o museu de Constantin Meunier, pintor e escultor realista, que construiu uma casa-oficina em Ixelles, posteriormente comprada pelo estado belga com todo o espólio do artista. A partir de 1978, estas obras passaram a fazer parte dos Museus Reais de Belas-Artes da Bélgica.

As coleções de arte que integram os Museus Reais de Belas-Artes da Bélgica encontram-se diretamente relacionadas com a história do seu país. Deve considerar-se que  Bélgica é um país jovem, pois a data da sua fundação é de 1830, altura em que se uniram diversos territórios dando origem ao que hoje denominamos como Bélgica. Durante o reinado de Leopoldo I, começou a formar-se uma coleção estatal de pintura moderna, contudo a fundação dos museus reais belgas só acontece em 1927.
Quanto às obras-primas que podemos ver nestes museus, falarei delas noutro dia, organizando-as em três períodos: séculos XV e XVI, onde se destacam a “Pietá” de Rogier Van der Weuden e várias obras de Pieter Brueghel, o Velho; os séculos XVII e XVIII,  onde pontificam quadros de Rubens, Van Dyck e Rembrandt, entre outros e os séculos XIX e XX, com quadros de Bacon, Magritte, Chirico, Gauguin e Van Gogh.
E de facto, passar em Bruxelas e não visitar o Musée Royaux des Beau-Arts de Belgique é como ir a Roma e não ver o Papa.

Gabriel Vilas Boas