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sábado, 28 de fevereiro de 2015

MR. SPOCK: DEFINITIVAMENTE A CAMINHO DAS ESTRELAS


Poucas horas antes de falecer, o ator Leonard Nimoy escreveu no seu twitter: “A vida é como um jardim. Os momentos vividos não podem ser guardados exceto na memória”.
E a nossa memória guardará para sempre a personagem do Mr. Spock, da série “STAR TREK A CAMINHO DAS ESTRELAS”, que prendeu, ao ecrã da televisão, uma legião de fãs da ficção científica, que acompanhava o capitão Kirk e o inefável Mr. Spock e as suas orelhas pontiagudas tão características.
Leonard Nimoy, o ator que ontem faleceu vítima de doença pulmonar causada pelo tabaco, nunca conseguiu sair dessa personagem mítica que lhe marcou a carreira. Aliás, em dois livros autobiográficos, o ator não deixa de refletir o incómodo pela excessiva colagem da máscara da personagem à do ator, mas não houve nada a fazer. Nimoy será sempre o Mr. Spock.
E no fundo Leonard Nimoy não tem que se queixar: de ator secundário passou a símbolo da cultura popular, da televisão e do cinema. 

Ganhou fama na televisão e expandiu-a no cinema, onde participou nos primeiros filmes que aproveitaram o estrondoso êxito na série televisiva. O público gostava das suas orelhas pontiagudas, a franja aparada ao pormenor, adorava aquele ser meio vulcano, meio humano, membro da tripulação da USS Entreprise, a nave espacial que tinha por missão explorar novos mundos por mandato da Federação dos Planetas. Era o cientista racional para fazer contra ponto ao aventureiro capitão James T. Kirk (William Shatner).

A carreira de Nimoy não foi apenas apenas feita de viagens extraterrestres nem de ficção científica. Além de ator, foi encenador, poeta, música, fotógrafo. Numa palavra: um artista de corpo e de alma e uma pessoa muito querida no meio cinematográfica. Como acontece com muitos atores, Nimoy tinha muito de Mr. Spock. Talvez por isso, Leonard Nimoy tenha escrito uma segunda autobiografia, simplesmente para reconhecer que “I am Spock”.

Agora definitivamente a caminho das estrelas, poucas dias depois da entrega dos óscares, Leonard Nimoy merece o nosso aplauso e o nosso obrigado pelos bons momentos que nos proporcionou, nas décadas de setenta e oitenta do século XX.
Gabriel Vilas Boas

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