Gago Coutinho foi um
português de espírito inquieto e um desejo incomensurável de descobrir! A terra, o mar, o ar. Nada lhe escapou.
Quis ser engenheiro
na Alemanha, mas uma família pobre empurrou-o para a Escola Naval, que o havia
de levar, na viragem do século XIX para o XX, a África e à Ásia, onde se
notabilizou como cartógrafo. Cartografou São Tomé e Príncipe, Timor-Leste,
Congo, Angola, entre outras até que travou conhecimento com a sua alma gémea:
Sacadura Cabral. Este havia de lhe incutir a paixão de aviação.
Juntos desenvolveram
ferramentas aerodinâmicas que lhes permitiram voar entre Lisboa e o Funchal, na
primeira experiência aérea bem-sucedida da aviação portuguesa. Portugal vivia
os tempos conturbados da Primeira República, onde os governos se sucediam a um
ritmo alucinante sem resolverem problema algum.
Já Gago Coutinho cavalgava a ilusão de conquistas ainda maiores e lançou-se numa empresa épica: fazer a travessia área entre Portugal e o Brasil, ou seja, cruzar o Atlântico montado num pássaro de metal. Havia de tornar esse sonho realidade na primavera de 1922, assinalando de maneira inesquecível o centenário da Independência do Brasil. Aos cinquenta anos, Gago Coutinho, em colaboração com Sacadura Cabral, inscrevia o seu nome, para sempre, na História de Portugal.
Já Gago Coutinho cavalgava a ilusão de conquistas ainda maiores e lançou-se numa empresa épica: fazer a travessia área entre Portugal e o Brasil, ou seja, cruzar o Atlântico montado num pássaro de metal. Havia de tornar esse sonho realidade na primavera de 1922, assinalando de maneira inesquecível o centenário da Independência do Brasil. Aos cinquenta anos, Gago Coutinho, em colaboração com Sacadura Cabral, inscrevia o seu nome, para sempre, na História de Portugal.
Mas, como é próprio
de gente inquieta, Gago Coutinho ainda estava muito longe de dar por terminado
o seu contributo ao seu país. Indiferente aos títulos e comendas com que
era agraciado pelas autoridades nacionais e brasileiras, continuou a
bisbilhotar o imenso conhecimento por descobrir. Reformado da vida militar
desde 1939, resolveu pagar a dívida de gratidão que tinha com a Marinha dedicando
a sua longa velhice à História Náutica, publicando vasta obra nesta área, com o
rigor e dedicação que sempre foram seu timbre.
Hoje, milhares de
pessoas pisam ruas, praças, avenidas, em Portugal e no Brasil, com o nome do
Almirante que navegou o céu até ao limite do sonho. Gago Coutinho foi e é um
exemplo que devia inspirar muito mais as gerações atuais de jovens e não jovens
a nunca desistirem dos sonhos, ainda que eles possam parecer miragens.
Um dia depois de
fazer noventa anos, Gago Coutinho partiu para sempre e apenas dois anos mais
tarde Portugal e Brasil passaram a estar unidos por uma carreira aérea regular. Os sonhos foram feitos para se tornarem reais!
Gabriel Vilas Boas
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