Etiquetas

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA



Se há palácio que conheço razoavelmente é o Palácio Nacional da Ajuda. Lá já vi importantes exposições, além de o ter visitado apenas com o intuito de conhecer a sua arquitetura e história.
Situado num sítio magnífico, com o Tejo em fundo, o Palácio da Ajuda começou por ser concebido para ser uma espécie de Versalhes da corte portuguesa, mas rapidamente a monarquia portuguesa percebeu que luxos tão grandiosos não estavam ao alcance de bolsas tão pobres.

Edificado entre os séculos XVIII e XIX, o Palácio Nacional da Ajuda serviu, durante dezenas de anos, como residência oficial da monarquia portuguesa. Em 1826, o palácio foi usado pela primeira vez como habitação real, quando nele se instalou a infanta D. Maria, mas apenas em 1861 ganhou o estatuto de residência oficial.
Trata-se duma arquitetura do tipo civil residencial, de estilo neoclássico, com planta quadrada, organizando em torno dum pátio quadrangular quatro alas, cuja volumetria paralelepipédica  é coberta por telhados a duas águas, articulados nos ângulos.


A fachada Este, que depois viria a tornar-se a fachada principal, apresenta uma organização em três corpos, totalmente em pedra de lioz. No nível térreo do corpo central abrem-se três arcos, de acesso ao grande vestíbulo, onde se rasgam grandes nichos preenchidos com estátuas figurando Virtudes. Sobre estes três arcos há a varanda nobre, para onde abrem três janelões retangulares inscritos em arcos de volta inteira e ladeados por colunas.
Este corpo central é rematado por um frontão com armas reais. Os corpos laterais apresentam três ordens de oito janelas e os torreões de planta quadrada surgem com quatro ordens de três janelas, sendo encimados por doze troféus.
O alçado sul organiza-se em três pisos, em cada um dos quais se rasgam dezanove janelas. Uma série de nichos vazios abre-se na base da fachada, o que compensa o desnível do terreno.

No interior, entre as inúmeras salas do Palácio, há a destacar a Sala dos Archeiros (com pinturas nas sobreportas e troféus nos ângulos); a Sala do Porteiro da Cana; a Sala de Espera ou da Audiência (com uma representação do regresso de D. João VI do Brasil), a Sala de D. Sebastião ou dos Cães; a Sala do Despacho ou do Beija-mão (nos muros observam-se seis tapeçarias de Aubussun e no teto uma alegoria da Felicidade Pública de Wolkmar Machado); a Sala da Música; a Salinha de Saxe e a Sala de Mármore ou Jardim de inverno.


No segundo andar, registe-se a Sala Oriental (dotada de mobiliário japonês e chinês); a Sala de D. Fernando (decorado ao estilo holandês e alemão), a Sala Império (decorada com três tapeçarias de Aubussun); a Sala dos Gobelins (com tapeçarias cuja temática são os costumes turcos); a Sala do Trono (com um pé direito muito alto, apresenta uma composição temática alegórica no teto, da autoria de Máximo dos Reis); a Sala dos Embaixadores (de planta elíptica e totalmente revestida de placagem de mármore); A Sala de Jantar (com trabalhos em talha de Leandro Braga); A Sala do Corpo Diplomático, a Sala de D. João VI e a Sala da Aclamação ou da Tocha.


Para quem gostar de experimentar todo o tipo de estilos decorativos e mais algum tem no Palácio da Ajuda um manancial único. Para quem gosta de ver um Palácio com identidade própria, fruto dum arquitetura de época ou dum estilo de decoração uniforme, o Palácio da Ajuda exagera claramente na oferta ao visitante.

De qualquer modo, o Palácio Nacional da Ajuda é um dos palácio-referência em Portugal e qualquer um de nós não pode deixar de experimentar todas as sensações que ele proporciona.

Sem comentários:

Enviar um comentário