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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

PALÁCIO E CONVENTO DE MAFRA




O Palácio e Convento de Mafra começou por ter uma utilização eclesiástica e residencial, mas hoje as suas funções são essencialmente turísticas, culturais, além de albergar a Escola Prática de Infantaria.
Edificado entre 1712 e 1750, o Convento de Mafra é, essencialmente, barroco-joanino, com influência de modelos italianos.
O monumento de Mafra constitui-se como um exemplo de articulação harmoniosa de três componentes funcionais distintas - residência real, área conventual e zona assistencial – que raramente se encontram, mas cuja principal referência é o Complexo do Escorial.

O majestoso convento de Mafra foi mandado construir por esse príncipe das artes chamado D. João V, em pagamento duma promessa pelo nascimento do herdeiro ao trono.
O conjunto traduz-se num edifício único, ocupando uma área de quase 38000 metros quadrados, onde podemos encontrar uma biblioteca notável, uma basílica imponente, claustros e vestíbulos da igreja, com esculturas italianas.
A fachada principal é limitada por dois soberbos torreões e tem incríveis 220 metros de comprimento. Ao todo, o edifício tem 880 salas e quartos, 300 celas, 4500 portas e janelas, 154 escadarias, 29 parques. Ligada ao convento, há uma grande tapada de caça, com jardins, fontes e belas espécies arbóreas.
Em 1717 lançou-se a primeira pedra do Convento de Santo António dos Capuchinhos Arrábidos, na vila de Mafra, complexo que incorporava basílica, palácio e biblioteca, jardim e tapada de caça. O mais pobre ramo franciscano, que ali instalara doze monges, recebia dinheiro e suprimentos para trezentos frades, num exagero só comparável com o que se passava no Escorial e que D. João V queria superar.


O edifício foi projetado pelo arquiteto germano-italiano Frederico Ludovice e a construção ocorreu em pouco tempo, tendo em conta a dimensão monumental da obra. A igreja ficou pronta em 1730 e o palácio em 1750. Alguns dados da obra atestam bem a envergadura da construção feita no século XVIII: fachada de 220 metros, torreões laterais (o do rei e o da rainha), escadaria cenográfica, cúpulas e torres de derivação romana, vestíbulo com doze estátuas gigantescas de santos encomendados em Roma e interior em nave única. Tudo feito nos melhores mármores e materiais mais ricos.

Expressão do ideal absolutista de D. João V, acabaria transformado em quartel. Hoje procura-se dar um destino condigno a este monumento gigantesco, completamente fora de escala  quando comparado com outros monumentos nacionais.
É de assinalar que a construção do Convento de Mafra inspirou José Saramago a escrever a sua obra-prima, Memorial do Convento, onde as peripécias da construção são registadas pormenorizadamente pelo nobel da Literatura,  e onde nada falta.
A propósito da construção do Convento, é de referir que em 1729 (um ano antes da inauguração da igreja) trabalhavam no estaleiro 47.836 operários, um número tão monumental quanto a grandiosidade da obra.    
No ano em que a igreja foi inaugurada (1730), executaram-se, em Antuérpia, na Bélgica, os carrilhões da basílica (57 sinos para cada uma das torres), por Nicolau Lepache e Guilherme Withlockx.
Em 1744, foram considerados concluídos os trabalhos do complexo arquitetónico de Mafra, ainda que muitos pormenores tenham ficado por executar. Nessa altura, o Convento de Mafra era habitado por 342 religiosos: 203 sacerdotes, 45 coristas, 10 noviços, 60 leigos e 24 donatos.




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