Entre Galileu e Nat King Cole há mais de três séculos de História que encontram no dia 15 de fevereiro um ponto de intercepção: Galileu nasceu no dia em que Nat King Cole faleceu.
O mundo devia apenas conhecê-los como cientista e músico brilhantes, mas as suas vidas ficaram marcadas pela intolerância dos seus contemporâneos.
O brilhante matemático, astrónomo e físico italiano teve de abjurar as suas mais extraordinárias conclusões científicas sobre a teoria heliocêntrica perante o lamentável tribunal do santo ofício enquanto Nat King Cole lutava contra o racismo, de que era alvo, recusando-se a atuar perante plateias que segregassem os negros.
É difícil compreender o irracional, especialmente quando pretende apoucar, amesquinhar, humilhar aqueles que são diferentes na maneira de pensar ou na cor. Não me parece que a intolerância seja um defeito humano, mas é comum a muitos seres humanos, ao longo dos séculos.
Nat King Cole e Galileu demonstraram o que outros já tinham ensinado: a diferença é criadora e beneficia a humanidade, que evolui exponencialmente quando aceita o desafio dos seus intérpretes.
Galileu desenvolveu o método científico, descobriu a lei dos corpos e o princípio da inércia, desenvolveu o pêndulo e, sobretudo, teve a coragem de ser um cientista entre teólogos; King Cole moldou, com a sua voz sedutora e doce, canções únicas como “Unforgettable”, “Quizás, Quizás, Quizás”. O cantor do Louisiana ainda deixou outro presente, a filha Natalie Cole.
Olhando para estes exemplos do passado é fácil concluir que a única coisa que a intolerância consegue escrever na História humana são lamentáveis momentos de ódio e dor, assumindo o odioso papel do mau que perde sempre no fim.
A tristeza e a mágoa com que estes dois magos da ciência e da arte se despediram do mundo impediu-os de legar aos seus o melhor de cada qual. E isso é… intolerável.
Deixo-vos com um poema de António Gedeão sobre Galileu e a canção de Nat King Cole que mais aprecio.
Open your minds!
Open your minds!
Gabriel Vilas Boas
Interessante ligação com a nota de esperança que o seu legado nos deixa.
ResponderEliminarRelevo a conclusão: "a única coisa que a intolerância consegue escrever na História humana são lamentáveis momentos de ódio e dor, assumindo o odioso papel do mau que perde sempre no fim". Que seja sempre cumprida!