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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

O FIM DO MITO DE ESTALINE


A 25 de fevereiro de 1956, Nikita Kruschev fez um discurso histórico, no XX.º Congresso do Partido Comunista da União Soviética. Aproveitando o facto de já terem passado três anos após a morte de Estaline, o novo secretário-geral do PCUS resolveu ajustar a História à verdade e, perante os seus camaradas comunistas, denunciou o culto da personalidade que se fez durante os longos anos em Estaline esteve no poder, pormenorizou os abusos que Joseph Estaline cometeu, em especial nas purgas de 1937/1938.
Durante quatro longas horas, à porta fechada (o discurso não foi divulgado oficialmente nem saiu no “Pravda”), Kruschev dissertou sobre muitos aspetos da ascensão e do exercício do poder por parte de Estaline. Kruschev identificou mesmo Lavrenti Beria, o chefe da polícia secreta, como o autor de muitos abusos, especificando-os. Na ocasião chegou a chamar “inimigo raivoso do nosso partido” a Beria.

Uma grande parte da assistência ficou em estado de choque ao perceber o que realmente tinha acontecido a alguns dos antigos membros do partido e constou-se que alguns delegados presentes na sala sofreram ataques cardíacos e outros suicidaram-se.
Finalmente ficava evidente para os principais membros do Partido Comunista da União Soviética a grande mentira em que se tinha tornado o estado soviético e como o ideário comunista de Marx e Lenine tinha sido tão vilipendiado.

Como já referi o discurso não foi divulgado oficialmente, mas rapidamente chegou ao Ocidente, onde foi analisado com admiração e incredulidade. Não por se duvidar das palavras de Kruschev, mas por elas serem reais e virem do líder máximo do principal inimigo.
O discurso de Kruschev é considerado uma rutura decisiva do PCUS com a megalomania e os abusos do estalinismo, ao mesmo tempo que tenta reabilitar o leninismo e os valores da Revolução Russa.
Pelo seu significado, resolvi deixar-vos um pequeno excerto desse discurso Nikita Kruschev

Estaline criou o conceito do inimigo público. Este termo evitou automaticamente que se provassem erros ideológicos de um ou mais indivíduos envolvidos numa controvérsia; este termo permitiu que se usasse a repressão mais cruel, violando todas as normas de legalidade revolucionária, contra quem discordasse de Estaline, contra aqueles suspeitos apenas de intenções hostis, contra os que gozavam de má reputação….
Essencialmente e de facto, a única prova de culpa, contra todas as normas da atual ciência jurídica, era a «confissão» do próprio acusado; e, como provaram os interrogatórios posteriores, as confissões eram obtidas mediante pressões físicas sobre os acusados.

Isto conduzia às violações gritantes da legalidade revolucionária, e a que muitas pessoas, completamente inocentes, que no passado haviam defendido a linha do partido, se tornassem vítimas.”

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