Etiquetas

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

GUIMARÃES PATRIMÓNIO MUNDIAL (I) - LARGO DA OLIVEIRA



Passam amanhã treze anos que a UNESCO considerou Guimarães Património da Humanidade. A distinção que enche de orgulho os vimaranenses deve-se em grande parte ao seu maravilhoso património arquitetónico e histórico, todo ele ligado ao berço da nacionalidade portuguesa.

Entre as diversas maravilhas que a cidade de D. Afonso Henriques apresenta, gosto particularmente do Largo da Oliveira. Durante séculos, foi o coração vimaranense e muitos reis, nobres e priores da Colegiada, ali deixaram gravada, na pedra a marca da sua personalidade e do seu zelo. 
Muita gente conhece a história dos monumentos que emolduram este discreto Largo cheio de carácter. 

Do lado nascente, a igreja de Nossa Senhora da Oliveira está assente sobre fundações de um primitivo mosteiro, do século IX. Fundada pela Condessa de Mumadona, este Mosteiro, dedicado a Santa Maria de Guimarães, foi reconstruído pelo Conde D. Henrique e foi instituído em Colegiada pelo primeiro Rei de Portugal D. Afonso Henriques.




Ainda no Largo da Oliveira deparamo-nos com o Padrão do Salado, alpendre gótico erguido no reinado de D. Afonso IV para comemorar a Batalha do Salado, em 1340.

Atentemos com mais pormenor no Padrão do Salado, que foi mandado levantar no ano 1342 pelo nosso Rei D. Afonso IV, para comemorar a participação portuguesa na Batalha do Salado.
É um monumento muito bonito, com uma abóbada de pedra, apoiada em quatro arcos em ogiva que por sua vez repousam em quatro colunas ou pedestais, lavrados e emoldurados ao gosto românico. Sobre estes arcos ficam aqueles alçados triangulares em forma de cunha ou agulha, que dão ao monumento o aspeto peculiar. No vértice dos arcos, as armas do Rei D. Afonso IV, estão gravadas em cada uma das paredes. Na base do cruzeiro, no lado norte, há um escudo das armas reais portuguesas.
Este padrão foi considerado monumento histórico de segunda classe pela Associação dos arquitetos civis e arqueólogos e, todos os anos, a 14 de Agosto ainda é feita uma procissão comemorativa da batalha de Aljubarrota.





Classificado como Monumento Nacional, os antigos Paços Municipais do Concelho situam-se no Largo da Oliveira. 
A sua edificação iniciou-se, ainda, no reinado de D. João I, tendo sido alvo de uma profunda remodelação no século XVIII. O rés-do-chão do edifício é formado por um alpendre aberto, cuja arcaria é de cariz gótico, estabelecendo ligação entre o Largo da Oliveira e a Praça de Santiago. O segundo andar, fechado por janelas, é coroado por ameias, resultantes da reforma a que foi alvo no início do século XVI. De destacar a escultura do século XIX de grandes dimensões que se encontra no centro da fachada principal, uma representação proveniente do antigo edifício da alfândega e que segundo a tradição simbolizaria o duplo contributo dos vimaranenses nas conquistas em África. 


Gabriel Vilas Boas

Sem comentários:

Enviar um comentário