Hoje estive na Fundação Calouste de Gulbenkian para ver
uma magnífica exposição: TESOUROS DOS PALÁCIOS REAIS DE ESPANHA.
Depois
da extraordinária exposição sobre os pintores do Norte e outra sobre os Sabóias,
ambas no Museu Nacional de Arte Antiga, esta mostra de arte fecha, com chave de ouro,
uma trilogia de grandes exposições que estiveram por Lisboa durante 2014.
Esta
exposição resulta da colaboração da Fundação Gulbenkian com a Património
Nacional de Espanha, que preserva, salvaguarda e divulga os bens que pertencem
à Coroa Espanhola.
A
exposição demostra a atenção que a monarquia espanhola dedicou à arte do seu
tempo, especialmente através do mecenato, assim como à arte do passado através
dum colecionismo esclarecido.
As
obras expostas documentam diferentes formas de transmissão da monarquia,
enquanto instrumento ideológico de poder ou apenas como reflexo dos gostos e
vivências e ocupações da família real.
A
exposição dos TESOUROS DOS PALÁCIOS REAIS DE ESPANHA privilegia os
acontecimentos da história de Espanha que foram partilhados com Portugal ao
longo de 350 anos. Através de 141 obras de arte, estabelece-se um percurso que
vai desde Isabel a Católica (casou com D. Fernando II) até Isabel de Bragança,
rainha de Espanha por casamento com Fernando VII, a quem de deve a fundação do
Museu do Prado.
Comecei
por admirar o pequeno quadro da austera Isabel, a católica, mas o que me chamou
inicialmente atenção foram os manuscritos sobre pergaminho das Cantigas de
Santa Maria, de Afonso X, datados do século XIII.
A
primeira sala estava cheia de quadros enormes, onde se cruzam belíssimos retratos
dos vários reis espanhóis, como enormes obras de arte em forma de tapeçaria, e
algumas peças de escultura. Além dos retratos, as pinturas também retratavam a
imponência e a beleza dos palácios reais da coroa espanhola.
Ficou-me
na memória um óleo sobre tela de Michel-Ange Houasse que retrata uma vista do
Palácio e Monte de El Pardo. Ainda no domínio das telas, a famosa “Salomé com
cabeça de São João Batista” de Caravaggio impressiona pela realismo e pelo
contrate entre luz e sombra. Também me despertou atenção obras de El Greco,
Tinttoreto, Velasquez, Rubens e as armaduras do imperador Carlos V, que havia
de formatar a imagem deste monarca espanhola para a posteridade.
Ver
esta magnífica exposição é algo que se deve fazer devagar, se possível
aproveitando uma das duas visitas guiadas que existem quatro vezes por semana.
Ao fim de duas horas, os nossos olhos e o nosso espírito estarão cheios dum
prazer que só a arte pode proporcionar.
Gabriel
Vilas Boas
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