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sábado, 27 de dezembro de 2014

O PIANO



Num dia especialíssimo para dois elementos deste blogue, decidi que o destaque cinematográfico desta semana também teria de o ser e, por isso, escolhi o filme O PIANO, como tema central deste post.

O PIANO é daqueles filmes que ficará agarrado à nossa memória afetiva como uma lapa carinhosa que promete amor eterno. Holly Hunter e a sua fabulosa atuação neste filme, a banda sonora de Michael Nyman, o deslumbrante desempenho de Anna Paquin são os grandes responsáveis dessa memória que não se apaga.

O argumento é também ele digno dos maiores encómios, como muito bem notou a Academia de Hollywood ao atribuir-lhe Óscar de melhor argumento original. 



O Piano retrata a sofrida trajetória de Ada McGrath (Holly Hunter), uma mulher que não fala desde os seis anos de idade e se muda para a Nova Zelândia recém-colonizada. Em companhia da filha, ela conhece seu futuro marido, com o qual não simpatiza. Para piorar a situação, o noivo, Alisdair Stewart, recusa-se a transportar o piano de Ada, que é sua maior paixão. Porém, o administrador George Baines, imediatamente interessado na mulher, adquire o instrumento e promete devolvê-lo caso ela lhe ensinasse a tocá-lo. Com o tempo, as tais aulas de piano vão se tornando encontros sexuais e os dois acabam descobrindo o verdadeiro amor.




Em boa hora, a realizadora neozelandeza Jane Campion foi deixando cair as suas primeiras opções para interpretar o papel principal do filme, pois Holly Hunter esteve divina. Hunter (nascida na curiosa data de 2 de Fevereiro de 1958) mostrou toda a sua expressão dramática ao desempenhar o papel de Ada McGrath, uma surda-muda que exprime as suas emoções com a intensidade da música. Hunter viveu tão intensamente a sua personagem que dispensou duplos para fazer as mais tórridas cenas de sexo, bem como é ela própria que toca a maioria das peças de piano que o filme tem. E fez as duas coisas de maneira soberba. 

Quase tudo neste filme toca o sublime, o belo, o poético. Vale sempre a pena colocar o DVD no leitor e rever duas horas de extraordinário cinema, que Hollywood, Cannes, Veneza e Berlim não deixaram de premiar com a devida vénia. 

Gabriel Vilas Boas

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