Integrada no complexo monástico dominicano do século XVI/XVII, a Igreja
de S. Gonçalo, fica no centro de Amarante, junto à ponte sobre o rio Tâmega, e tem
arquitetura maneirista.
A igreja observa uma planta em cruz latina, de
transepto inscrito, com cruzeiro coberto por abóboda e naves, com capelas
colaterais precedidas por galilé, tendo um claustro quadrado de dois pisos na ala
norte.
O
pórtico apresenta uma decoração rica, tipo retábulo, e é aberto na fachada
lateral virada a sul. Quanto ao retábulo-mor, tem características barrocas, de
estilo joanino.
A torre, de três andares, é rematada por arcos balaustrados e por pirâmides
de recorte oriental. A Varanda dos Reis, aberta, ao nível do último andar do
pórtico, é de cinco volta perfeita, assentes em pilastras toscanas, junto
das quais se inserem as estátuas dos quatro monarcas que patrocinaram a
construção do edifício (D. João III, D. Sebastião, D. Henrique e Filipe I).
Na cornija, por cima da galeria, sobressaem seis pirâmides, assentes em
pedestais, e no paramento à esquerda do pórtico abre-se o janelão setecentista
que ilumina o transepto.
No interior,
encontramos as seis capelas com os seus arcos de volta perfeita, assentes em
pilastras de grosseiros capitéis jónicos. O teto da nave é de abóboda rebocada,
e de caixotões nas capelas. Destas, merece particular destaque a de S. Rita Cássia,
com retábulo de talha dourada.
No transepto, destacam-se os altares de S. Luzia, do coração de Maria e
do Santíssimo. Um assinalável arco triunfal ergue-se junto às estátuas de S.
Pedro e S. Paulo, com ligação à capela-mor. O claustro, formado por dois pisos,
é constituído por alas com cinco arcos plenos.
A
construção do mosteiro dominicano foi lançado em 1543, tendo a obra ficado a
cabo de Frei Julião Romero. Quando Portugal perdeu a independência (1580), as
obras, então sob a tutela de Frei António dos Santos, decorriam em bom ritmo. No
ano seguinte, teve início a construção da nova igreja. Mas a chegada dos
Filipes ao trono português alterou a situação.
Em 1585, os dominicanos solicitaram a Filipe I de Portugal que lhes
desse autorização para fazerem uma coleta em prol das obras. Cinco anos mais
tarde, o monarca, escreve ao arcebispo de Braga a inteirar-se do andamento da
construção e da verba gasta.
No início do século XVII, João Lopes Amorim celebra contrato (1606)
para construir uma escada no claustro e um chafariz. Concluiu-se depois a
edificação do segundo claustro.
Em 1641, Domingos de Freitas é contratado para a construção das
abóbodas do transepto. No final do século XVII, concluiu-se a Torre Sineira. Já
em 1733, têm início obras na capela-mor, a cabo de mestre António Gomes, para
se incluísse uma nova tribuna no altar.
No século XIX, parte do convento monumental passa a servir de cenário
às sessões camarárias (1838). Outras parcelas do mosteiro são utilizadas como
mercado, prisão, quartel, escola e liceu. Em 1852, o edifício é cedido à Câmara
Municipal de Amarante, que ali se instala definitivamente quinze anos depois.
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