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quinta-feira, 25 de setembro de 2014

«O BAILE NO MOULIN DE LA GALETTE», DE RENOIR


"O Baile no Moulin de la Galette" é uma das pinturas mais famosas do grande August Renoir. Trata-se dum óleo sobre tela, datado de 1876, onde o pintor francês quis mostrar uma multidão animada a divertir-se num recinto de baile, em Paris, conhecido por «Moulin de la Galete».

Renoir fez inúmeras visitas ao local do baile, para desenhar esboços da pista de dança ao ar livre e planificar o seu quadro. Ele queria mostrar o melhor do lugar, com toda aquela gente vestida com as suas roupas mais requintadas.
As pinceladas leves e delicadas do pintor contribuem para que tudo pareça belo e harmonioso. As cores garridas e o traço difuso faziam com que esta tela parecesse às pessoas algo berrante e por acabar. Contudo, para Renoir, tratava-se de captar uma perceção instantânea de luz e de movimento.
Um olhar mais atento sobre o quadro permite observar como o chão resplandece de luz e cor. O chão ofusca pelo branco usado e mesmo as sombras estão pintadas em azul em vez de branco.
Devemos também notar a maneira hábil como Renoir dispõe as figuras no quadro. Numa primeira impressão, podemos concluir que se trata duma “fotografia” casual, mas, na realidade, todos os presentes foram cuidadosamente dispostos na tela, deixando a maior parte dos amigos do pintor de frente para o observador do quadro. Deste modo, podemos analisar as várias emoções dos amigos de Renoir, plasmadas nos seus jovens rostos. Como curiosidade, chamo a atenção para os dois homens sentados de frente para nós, que são nem mais nem menos que Georges e Norbert, amigos íntimos do pintor.


A rapariga, sentada de frente para o observador, era uma jovem das redondezas da cidade luz que Renoir convenceu a posar para ele no seu vestido às riscas. Já os dançarinos mais próximos são o pintor Cardenas e uma modelo de nome Margot.
Tudo isto nos leva concluir que esta foi uma composição trabalhada ao pormenor por Renoir e que a aparente casualidade e naturalidade das figuras representadas é só isso: aparente.
Quando foi exibido pela primeira vez, o quadro foi muito criticado e muita gente detestava-o, sobretudo pela aparência um tanto ou quanto desfocada da cena. No entanto, esta interpretação da vida popular parisiense foi ganhando adeptos e tornou-se numa das obras-primas de Renoir e do impressionismo. Adquira por Gustave Caillebotte, pertence atualmente ao Estado francês por doação daquele e tornou-se num dos quadros mais caros já vendidos.
Gabriel Vilas Boas   

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