HEY JUDE, dos Beatles

Músicas com História

   Hey Jude é uma das músicas mais conhecidas, emblemáticas e belas dos Beatles. Com ela traz uma história real, cheia de ternura que envolve os dois principais membros do grupo: John Lennon e Paul McCartney.

   Em meados do ano de 1968, Lennon preparava-se para se divorciar de Cynthia e assumia o seu relacionamento com Yoko Ono. Numa tarde de junho de 1968, Paul McCartney visitou Cynthia e o pequeno Julian Lennon e verificou que a criança, de apenas cinco anos, vivia com muito sofrimento a separação dos pais. Comovido com o sofrimento daquela criança, por quem sentia um amor de tio dada a proximidade que sempre existiu com o casal Lennon, Paul sentiu-se impelido a escrever uma canção que levantasse a moral do pequeno Julian.

   Em pouco dias, Paul McCartney escreveu esta pequena maravilha, para a qual arranjou no seu piano uma não menos deliciosa melodia.

Hey, Jude, don't make it bad
Take a sad song and make it better
Remember to let her into your heart
Then you can start to make it better

Hey, Jude, don't be afraid
You were made to go out and get her
The minute you let her under your skin
Then you begin to make it better

And anytime you feel the pain
Hey, Jude, refrain
Don't carry the world upon your shoulders

For well you know that it's a fool
Who plays it cool
By making his world a little colder
Na na na na na na na na

Hey, Jude, don't let me down
You have found her now go and get her
Remember (hey, Jude) to let her into your heart
Then you can start to make it better

So let it out and let it in
Hey, Jude, begin
You're waiting for someone to perform with
And don't you know that is just you?
Hey, Jude, you'll do!
The movement you need is on your shoulder
Na na na na na na na na

Hey, Jude, don't make it bad
Take a sad song and make it better
Remember to let her under your skin
Then you'll begin to make it better (better, better, better,better, better, oh!)
Na, na na na na na, na na na, hey, Jude
Na, na na na na na, na na na, hey, Jude

   Com Hey Jude, Paul pretendeu deixar uma mensagem de incentivo e coragem ao pequeno Julian para que enfrentasse a tristeza e o medo da perda do pai, que saia de casa, e seguisse com a sua vida.

   A mãe de Julian apreciou muito o gesto do amigo Paul McCartney, pela consideração, carinho e preocupação demonstrada num momento tão difícil da sua vida.

    Cerca de um mês após o evento que motivou a escrita de Hey Jude, Paul tocou-a ao piano em sua casa, para Lennon e Yoko Ono. Sem saber o que tinha inspirado o amigo, Lennon pensou que a canção lhe era dirigida indiretamente e ao seu relacionamento com Yoko Ono, que não foi bem aceite num primeiro momento pelos elementos da banda. Mais tarde, John Lennon percebeu que se tratava duma canção dirigida ao seu filho e reconheceu a forte ligação que unia McCartney a Julian.

   Curiosamente a canção estava para se chamar “Hey Jules”, mas Paul achou que teria mais impacto se fosse “Hey Jude” e assim ficou.

   A canção fez um enorme sucesso e contribuiu muito para a projeção dos Beatles em todo o mundo. Em 2004, a prestigiada revista Rolling Stone considerou-a a 8ª melhor canção entre as 500 melhores canções de todos os tempos. Já o Channel 4 atribuiu-lhe o terceiro lugar entre as cem melhores canções de sempre.

    O Melhor é voltar a ouvi-la.

Gabriel Vilas Boas