Há
vinte anos, José Leitão, a alma e a cara do grupo de Teatro Art’Imagem, propôs
à Câmara Municipal da Maia, a realização conjunta de algo inédito em Portugal: um festival de teatro cómico. Com uma prática cultural e
desportiva determinada, a edilidade maiata aceitou o desafio, assegurando a
parte logística e a divulgação do evento.
Apesar de todas as imperfeições
que uma primeira vez acarreta, a semente da arte de Molière fermentou entre os
maiatos, que a partir da segunda edição (1996) exigiram que o teatro cómico
invadisse a cidade do Lidador na primeira quinzena de Outubro. Com uma
regularidade quase Suíça, o Art’Imagem e a Câmara da Maia têm posto de pé um
dos melhores festivais de teatro do país.
Durante dez dias (entre 26 de
setembro e 5 de outubro), a Maia enche-se de espetáculos de rua, mímica,
fantoches, marionetas, café-teatro, standy comedy e, claro, representações de
peças de dramaturgos nacionais e estrangeiros, a cargo de diversas companhias
portuguesas e internacionais, convidadas para o certame.
O espaço onde decorre as apresentações/representações
é o Fórum da Maia e em especial o seu imponente Grande Auditório, que tem
capacidade para acolher setecentas pessoas. Normalmente, os espetáculos esgotam
até porque há uma política de preço reduzido dos bilhetes (entre os 2,5/3
euros). Todas as noites há dois espetáculos, um às 21h.30m. e outro duas horas
mais tarde. Aos domingos, há ainda um espetáculo, às 16h., especialmente
direcionado para crianças e adolescentes.
Este ano, o Festival Internacional de Teatro Cómico da Maia traz ao grande público companhias espanholas, chilenas, brasileiras e portuguesas. Destaco, no primeiro dia (26 de setembro), a peça “O Vosso Pior Pesadelo”, levada à cena pelos anfitriões Art’Imagem; no dia 28, recomendo “A verdadeira história da Barbie” pelos Cassefaz. A 30 de setembro, despertam enorme curiosidade os chilenos AVA3 Producciones de Santiago com a peça “Solo por esta noche”. A 2 de outubro, os brasileiros Santa Ignorância do Maranhão fazem subir ao palco “Pão com ovo”, enquanto no dia 3, os portugueses A Barraca prometem animar a noite com “Fernão, Mentes?”. No penúltimo dia do Festival, a reputadíssima companhia Teatro da Comuna propõe uma peça que estou muito curioso por ver: “Quem quer ser irrevogável?”, pois acho que o riso combinará com a ironia e a crítica política.
Como podem ver o programa é variado e cheio de interesse. Por estes dias, a Maia é um grande palco e tu tens de lá estar… pelo menos uma noite!
Gabriel Vilas Boas
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