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sexta-feira, 26 de setembro de 2014

ÓPERA DE SIDNEY



A Ópera de Sydney é um dos edifícios mais espetaculares e deslumbrantes com que a arquitetura moderna presenteou a humanidade.
Situado numa das cidades mais importantes da Austrália, Sidney, teve uma construção polémica, longa e muito dispendiosa. No entanto, é inquestionável que se trata duma obra maravilhosa e imponente, digna de ser vista e apreciada quer do exterior quer do interior.
Em 1957, o jovem arquiteto dinamarquês Jørn Utzon, de apenas 38 anos, ganhou o concurso internacional para a Ópera de Sidney, entre mais de duzentos projetos concorrentes. Dois anos mais tarde começou a trabalhar no seu projeto com o arquiteto anglo-dinamarquês Ove Arup. A obra sofreu vários contratempos, os custos dispararam e a polémica instalou-se entre os arquitetos e o cliente da obra, o governo australiano. Mesmo para um país riquíssimo como a Austrália, uma derrapagem de mil por cento era demasiado. Como essas divergências fossem insanáveis, Utzon abandonou a direção da obra em 1966, mas esta não caiu e acabou por ser concluída sete anos mais tarde, em 1973, no dia 20 de outubro.
A construção tem a forma de barco, o que não é alheio ao local onde se situa: o porto de Sidney, um dos mais belos de todo o mundo.
O edifício impõe-se pela beleza arquitetónica, pela extraordinária acústica e pela localização – na Ponta de Bennelong.
Jorn Utzon insere-se na terceira geração de arquitetos modernistas. O objetivo que subjaz a esta corrente de pensamento é a procura do excecional, o que leva à criação de megaestruturas, usando materiais modernos. Estilisticamente, Utzon procurou o movimento, a curva e rejeitou por completo a ortogonalidade.

Muito influenciado por Gaudí, o arquiteto dinamarquês criou o impossível ao fundir a extraordinária beleza do espaço com a tecnologia, junto à água. A cobertura do edifício foi concebida em grandes calotes formadas por nervuras em betão prefabricado, revistido a grés cerâmico, baço ou brilhante, criando um jogo de reflexos, tal como a água. Interiormente não apresenta correspondência formal com o exterior.
Interiormente, a ópera de Sidney tem cerca de 1000 divisões, entre as quais se destacam cinco teatros, cinco estúdios de ensaio, dois auditórios, uma biblioteca, algumas galerias de exposições, quatro restaurantes, seis bares e várias lojas de recordações.
Desde a sua inauguração há 41 anos tem abrigado as mais memoráveis atuações artísticas. Consoante se toque, dentro das suas portas, uma sonata de Beethoven ou uma ópera de Verdi, assim se escolhem as cores que, cá fora, a iluminam. E desse modo se reflete a sua imagem no mar que fica em frente.

O seu maior auditório, o Concert Hall, tem capacidade para 2690 pessoas sentadas.  Se um dia forem a Sidney não deixem de ocupar um desses lugares por um par de horas. Qualquer concerto ganha uma dimensão superlativa quando interpretado num espaço tão magnífico.

Gabriel Vilas Boas


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