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sexta-feira, 22 de agosto de 2014

PIRÂMIDE DO LOUVRE


O projeto de construção da Pirâmide do Louvre inseria-se no chamado programa dos “Grandes Trabalhos”, levado a cabo pelo antigo presidente francês, François Mitterand, na década de 80 – um projeto arquitetónico e urbano que visava transformar e modernizar Paris. O objetivo era assinalar de forma grandiosa o bicentenário da revolução francesa e devolver à França e a Paris uma grandiosidade porventura perdida.
Como acontece com todos os projetos modernistas que nascem em cidades centenárias, também o projeto da Pirâmide do Louvre, da autoria do arquiteto americano de origem chinesa Ming Pei, causou grande polémica.

Em frente do clássico Louvre, símbolo maior da Paris clássico-barroca, Ming Pei propunha um irreverente edifício do mais puro pós-modernismo. A ideia de Ping não era confrontar o Louvre e a sua arquitetura, mas recuperar o esplendor do famoso museu, permitindo que os seus visitantes o desfrutassem com maior conforto. Por isso, o arquiteto de ascendência chinesa construiu uma entrada, situada no meio do enorme pátio em frente ao edifício original e, através dela, os visitantes têm acesso ao piso subterrâneo que, por sua vez, dá acesso às diversas salas.
.A pirâmide principal é basicamente uma complexa estrutura interligada de aço revestida de vidro reflexivo. Ela é, de facto, uma porta de entrada para as galerias principais do Louvre, que se localizam enterradas. Como uma desce para o foyer de entrada, a natureza dramática da intervenção torna-se mais aparente. A pirâmide principal, que certamente rompe o equilíbrio do pátio antigo do Louvre, é complementada por duas pirâmides menores, que fornecem mais luz e ventilação aos espaços subterrâneos.


Neste projeto, o arquiteto M. Pei conseguiu de uma forma muito funcional articular os dois espaços: o subterrâneo, interno e o nível térreo, externo. A pirâmide central serve de articulador, que une a entrada diretamente às três alas principais aonde se encontram as galerias mais importantes e famosas (e consequentemente as mais visitadas) galerias do Museu do Louvre, ao mesmo tempo em que permitia, através da utilização da pirâmide como clarabóia, a entrada de luz e de ventilação, para além de ter conseguido trazer uma monumentalidade, necessária a esta zona central do edifício.
Entre críticas, mitos e controvérsias, a Pirâmide do Louvre foi inaugurada no dia 30 de março de 1989 na cour Napoléon do Musée du Louvre. Vinte e cinco anos mais tarde, a criação do arquiteto sino-americano Ieoh Ming Pei é um dos lugares mais visitados de Paris. O Louvre passou dos 3 milhões de visitantes anuais de 1989 para os 9 milhões em 2013. Depois da Vénus do Milo e da Mona Lisa, a pirâmide do Louvre ocupa o terceiro lugar no ranking das obras mais apreciadas pelos visitantes do maior museu do mundo.

Feita integralmente de metal e vidro, a pirâmide quadrangular evoca toda a história de cultura ocidental, desde o Egito aos dias de hoje.  

Gabriel Vilas Boas

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