O projeto de
construção da Pirâmide do Louvre inseria-se no chamado programa dos “Grandes
Trabalhos”, levado a cabo pelo antigo presidente francês, François Mitterand,
na década de 80 – um projeto arquitetónico e urbano que visava transformar e
modernizar Paris. O objetivo era assinalar de forma grandiosa o bicentenário da
revolução francesa e devolver à França e a Paris uma grandiosidade porventura
perdida.
Como acontece com
todos os projetos modernistas que nascem em cidades centenárias, também o projeto da Pirâmide do Louvre, da autoria do
arquiteto americano de origem chinesa Ming Pei, causou grande polémica.
Em frente do
clássico Louvre, símbolo maior da Paris clássico-barroca, Ming Pei propunha um
irreverente edifício do mais puro pós-modernismo. A ideia de Ping não era
confrontar o Louvre e a sua arquitetura, mas recuperar o esplendor do famoso museu,
permitindo que os seus visitantes o desfrutassem com maior conforto. Por isso,
o arquiteto de ascendência chinesa construiu uma entrada, situada no meio do
enorme pátio em frente ao edifício original e, através dela, os visitantes têm
acesso ao piso subterrâneo que, por sua vez, dá acesso às diversas salas.
.A pirâmide principal é basicamente uma
complexa estrutura interligada de aço revestida de vidro reflexivo. Ela é, de
facto, uma porta de entrada para as galerias principais do Louvre, que se
localizam enterradas. Como uma desce para o foyer de entrada, a natureza
dramática da intervenção torna-se mais aparente. A pirâmide principal, que
certamente rompe o equilíbrio do pátio antigo do Louvre, é complementada por duas
pirâmides menores, que fornecem mais luz e ventilação aos espaços subterrâneos.
Neste projeto, o arquiteto M. Pei
conseguiu de uma forma muito funcional articular os dois espaços: o
subterrâneo, interno e o nível térreo, externo. A pirâmide central serve de
articulador, que une a entrada diretamente às três alas principais aonde se
encontram as galerias mais importantes e famosas (e consequentemente as mais
visitadas) galerias do Museu do Louvre, ao mesmo tempo em que permitia, através
da utilização da pirâmide como clarabóia, a entrada de luz e de ventilação,
para além de ter conseguido trazer uma monumentalidade, necessária a esta zona
central do edifício.
Entre críticas, mitos e controvérsias, a
Pirâmide do Louvre foi inaugurada no dia 30 de março de 1989 na cour Napoléon
do Musée du Louvre. Vinte e cinco anos mais tarde, a criação do arquiteto
sino-americano Ieoh Ming Pei é um dos lugares mais visitados de Paris. O Louvre
passou dos 3 milhões de visitantes anuais de 1989 para os 9 milhões em 2013.
Depois da Vénus do Milo e da Mona Lisa, a pirâmide do Louvre ocupa o terceiro
lugar no ranking das obras mais apreciadas pelos
visitantes do maior museu do mundo.
Feita integralmente
de metal e vidro, a pirâmide quadrangular evoca toda a história de cultura
ocidental, desde o Egito aos dias de hoje.
Gabriel Vilas Boas
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