Os QUEEN foram uma banda que marcou a minha geração. Ouvimo-los adolescentes e jovens e continuamos a evocá-los, mais de vinte anos depois do trágico desaparecimento de Freddie Mercury. Em certa medida, eles são a banda sonora da vida de muita gente da minha geração.
As suas músicas são poderosas, sensíveis, apaixonantes. Eles evocam o desejo de ação, o drama, o amor, a amizade, a paixão pela liberdade. Grande parte de nós recorda com um largo sorriso de satisfação músicas como “Friends will be friends”, “Love of my live”, “Under Pressure”, “I want to break free” ou “A kind of magic”.
A música produzida pelo grupo tinha um grande poder de sedução porque despertava em cada um de nós um imenso prazer de viver, de fazer, de ser feliz. Eram uma banda de rock que entoava hinos de amor, liberdade e amizade com uma força e convicção que não deixava ninguém indiferente.
Os Queen eram uma banda de grandes concertos e multidões. Nesses momentos transcendiam-se e as suas músicas ganhavam uma dimensão universal, tocando vários estratos sociais e culturais de forma marcante. Ficaram para sempre na memória dos fãs o concerto no Rock in Rio... de Janeiro, perante 250 mil pessoas e, sobretudo, o concerto realizado em 13 de julho de 1985, no Live Aid, em prol das vítimas da fome na África, por muitos críticos considerado o maior e melhor concerto rock de todos os tempos.
Ainda hoje as suas músicas são usadas em grandes eventos e cantadas por pessoas que nasceram após a morte de Freddie Mercury. Ouço com frequência nos estádios de futebol o “We will rock you” . Com este tema, adeptos e equipa procuram uma fusão energética que as leve à vitória, enquanto o inesquecível “We are the Champions”, música que Mercury compôs para o “seu” Liverpool, é entoada pelos adeptos de todos os clubes que se sagram campeões, ano após ano.
A banda de Mercury, Brian May, John Deacon e Roger Taylor teve um começo titubeante no início da década de setenta, mas em 1975, a canção "Bohemian Rhapsody" lança o grupo para a fama. Insuflados pelo êxito, os Queen editam “We will rock you” e “We are the champions” ainda na década de setenta, afirmando-se como uma das grandes bandas de então. Os anos oitenta são pródigos em músicas, músicos e bandas fabulosas e os Queen conquistam o estrelato precisamente nessa década. “Radio Gaga” e “A Kind of magic” tocam os corações de milhões de pessoas em toda em toda a Europa e na América, que compram em massa os seus álbuns. O grupo atingiu impressionantes trezentos milhões de discos/CD vendidos, batendo todos os recordes.
O final da década de oitenta trazia um grupo mais melodioso e sensível. “Somebody to love”, “Who wants to live forever” e “I was born to love you” confirmam o grupo como uma banda mítica e inesquecível.
Ainda que poucos o soubessem o fim estava próximo, Mercury, infetado com o vírus da sida, aguentou até aos 45 anos, mas a doença acabou por vencê-lo no final de 1991. Sem ele a banda perdia a alma. Ainda que o líder tenha deixado um desejo diferente num premonitório “The show must go on”, os Queen acabaram, de facto, quando Mercury desapareceu. O resto é uma saudade imensa duma banda que marcou uma geração e cuja música nos deixou a todos um desejo enorme de viver e ser felizes.
Gabriel Vilas Boas
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