No dia 23 de agosto de 1926, já lá vão 88 anos, o mundo do cinema entrava em histeria: morria o galã do cinema mudo Rodolfo Valentino.
Valentino carregava a aura e aparência dum homem muito belo e charmoso que protagonizou no cinema da década de 20 papéis de vilão ou ladrão. Após ter começado com um papel secundário, Rodolfo foi escolhido para os quatro Cavaleiros do Apocalipse, no qual o jovem italiano, nascido em 1895, protagonizou o papel de Júlio, um amante latino. O filme foi um grande sucesso e guindou Rodolfo ao estrelato. O seu nome ficou a partir de então associado ao do grande sedutor, o verdadeiro amante latino que conquistava as mulheres só com o olhar.
No entanto o ponto alto da carreira cinematográfica de Valentino aconteceu em 1921, quando protagonizou o filme “Sheik”. O filme tornou-se um fenómeno cultural e um ícone da arte de sedução do amante latino.
Valentino era um homem muito dedicado à arte cinematográfica e lutou muito para ter o controlo artístico e criativo dos seus filmes. Era também conhecido por valorizar e apoiar todos aqueles que demonstrassem a mesma paixão que ele tinha pelo cinema.
A vida de galã do cinema era um espelho do que acontecia na sua vida pessoal. Valentino meteu-se em várias confusões com amantes e protagonizou vários escândalos de tal maneira que chegou a ser acusado de bigamia. Desentendeu-se também com as produtoras cinematográficas, com quem chegou a ter um processo em tribunal que o impediu de fazer filmes durante algum tempo. Nesses tempos escreveu poesia, deu entrevistas e promoveu um produto de beleza através duma tournée de dança que fez grande sucesso na Europa.
Valentino regressaria ao cinema mas nunca fez cinema sonoro que começou a dar os primeiros passos com alguma firmeza um ano após a sua morte. Ninguém sabe se a voz de Valentino lhe faria perder a aura de grande conquistador e galã.
O que é certo é que no dia 23 de agosto de 1926 a morte do ídolo do cinema mudo Rodolfo Valentino levou milhares de fãs a um estado de histeria, fazendo com que dezenas se aglomerassem diante do seu velório. Após sua morte, foram várias as tentativas de suicídio registadas.
A atriz Pola Negri, o então mais recente caso amoroso de Valentino, dizia-se inconsolável. Dezenas de milhares de pessoas, na sua grande maioria mulheres, homenagearam o ator diante do caixão aberto a visitas em Nova York. Mais de cem mil acorreram às ruas por onde passava o carro fúnebre que levaria o corpo a Hollywood.
Rodolfo Valentino morreu como um ídolo e um símbolo sensual e sexual, sem nunca ter pronunciado uma única palavra.
Gabriel Vilas Boas
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