Não é uma exposição
qualquer, é uma exposição sobre tortura. Nela não vamos apreciar o belo, mas o
terror e o horror. Mesmo sabendo aquilo que vamos ver não deixa de impressionar.
Enquanto percorremos aquelas sombrias salas da Alfândega, no Porto, ainda que
não o queiramos, os nossos sentidos, os nossos sentimentos, as nossas emoções
são expostas ao que de pior o ser humano pôde fazer a outro ser igual a si, “só”
porque não comungava das mesmas ideias, da mesma religião ou tão somente…
porque sim! São mais de cinquenta máquinas de tortura! Na verdade são máquinas de morte com requintes de malvadez e crueldade que ultrapassam o
inimaginável.
A Guilhotina: ainda que a adição cultural associe esta máquina de decapitação à Revolução Francesa e à pena de morte em França, é na realidade muito mais antiga. Algumas versões primitivas foram usadas no século XIV para executar nobres na Escócia.
Deve no entanto seu nome ao médico francês Joseph Ignace Guillotin, que propôs uma lei para que as execuções de presos comuns e plebeus fossem feitas por uma "máquina que decapita de forma indolor" - uma morte fácil, por assim dizer. No entanto, mais tarde, a ciência descobriu que a cabeça cortada, por guilhotina ou machado, sabe que é uma cabeça decapitada enquanto rebola pelo chão, pois a consciência sobrevive o tempo suficiente para tal perceção ter lugar.
Cada máquina é acompanhada da respetiva descrição de funcionamento e do relato histórico do seu uso. Não há uma que seja “melhorzinha”, todas são tão más e tão inqualificáveis que parecem vir do mundo dos horrores. No entanto, ninguém fica com dúvidas de que existiram e que serviram para matar muita gente. Há pouco dias, houve uma notícia que mostrou ao mundo a execução dum cidadão americano pelo denominado “Estado islâmico”. A descrição da tortura causada pela maioria das máquinas desta exposição sobre a Tortura causou-me uma impressão bem superior.
Deve no entanto seu nome ao médico francês Joseph Ignace Guillotin, que propôs uma lei para que as execuções de presos comuns e plebeus fossem feitas por uma "máquina que decapita de forma indolor" - uma morte fácil, por assim dizer. No entanto, mais tarde, a ciência descobriu que a cabeça cortada, por guilhotina ou machado, sabe que é uma cabeça decapitada enquanto rebola pelo chão, pois a consciência sobrevive o tempo suficiente para tal perceção ter lugar.
Cada máquina é acompanhada da respetiva descrição de funcionamento e do relato histórico do seu uso. Não há uma que seja “melhorzinha”, todas são tão más e tão inqualificáveis que parecem vir do mundo dos horrores. No entanto, ninguém fica com dúvidas de que existiram e que serviram para matar muita gente. Há pouco dias, houve uma notícia que mostrou ao mundo a execução dum cidadão americano pelo denominado “Estado islâmico”. A descrição da tortura causada pela maioria das máquinas desta exposição sobre a Tortura causou-me uma impressão bem superior.
Cadeira de Interrogatórios: a vítima está sempre nua e sofre atrozmente desde o primeiro instante que começa o interrogatório, o que pode ser intensificado com sacudidelas e golpes nos braços e nas pernas. O assento era muito vezes de ferro de forma que se podia aquecer com o braseiro ou uma tocha.
A Exposição internacional de máquinas de tortura relata sobretudo o período da Inquisição e reúne mais de 50 peças originais, restaurações e réplicas de instrumentos de tortura que foram usados do século XIII ao século XVII, durante a época da Inquisição. A mostra passou por mais de dez países e foi vista por mais de um milhão de pessoas.
A Exposição internacional de máquinas de tortura relata sobretudo o período da Inquisição e reúne mais de 50 peças originais, restaurações e réplicas de instrumentos de tortura que foram usados do século XIII ao século XVII, durante a época da Inquisição. A mostra passou por mais de dez países e foi vista por mais de um milhão de pessoas.
A Exposição “Máquinas
de Tortura” tem como objetivo passar ao público, como memória histórica, a crueldade
institucionalizada e gerar consciência universal contra a tortura e a favor da
liberdade de pensamento.
A Inquisição foi
uma instituição eclesiástica criada na Idade Média pela Igreja Católica. Era um
sistema de controle social por meio dum policiamento organizado, especialmente
criado para pesquisar e punir os indivíduos considerados ameaças às doutrinas
da Igreja, mediante o tribunal do Santo Ofício. Também impedia a difusão de
novas ideias no âmbito científico e cultural e era usado como instrumento de
aniquilação dos adversários políticos.
Cavalo de Madeira: A vítima é literalmente esticada e ao longo do interrogatório, assiste-se ao estiramento e desmembramento da vítima. Os músculos vão sendo destruídos e os diversos membros vão-se separando da coluna vertebral: braços, pernas, cotovelos, joelhos...
Em países como Portugal, França, Espanha, Itália a repressão inquisitorial foi muito dura em comparação com outros países.
Os suspeitos eram
perseguidos, torturados cruelmente e condenados a diversas penas, desde a
prisão temporária à perpétua e, em casos extremos, à decapitação e morte, ou à
morte no fogo, em praças públicas.
Esta mostra, que
passou por países como Rússia, Alemanha, Espanha, Polónia, Argentina e agora
Portugal, também aborda grandes personagens da história como Joana D’Arc, perseguida
e morta em 1431; Nicolau Copérnico, censurado ao apresentar a teoria
heliocêntrica e Galileo Galilei, condenado à prisão e obrigado a retratar-se
por sustentar a mesma teoria que Copérnico.
Touro de Fálaris: a vítima é fechada na estátua de metal de um touro. Uma fogueira é acesa sob o touro até que as suas paredes brilham com o calor incandescente. Os gritos e gemidos das vítimas emitidos das narinas do touro, faz parecer que este está a berrar.
Máquinas como a “A virgem de Nuremberg” ou a “donzela de ferro”, “o banco de estiramento”, “o
triturador de cabeças” ou a “cadeira inquisitorial” são alguns dos objetos que
foram criados para torturar, humilhar e conseguir confissões dos considerados
hereges pela Santa Inquisição e que estão expostos até 28 de Setembro no
Edifício da Alfândega do Porto.
Gabriel Vilas Boas.
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