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sábado, 16 de dezembro de 2017

OS EXAMES SERÃO A PEDRA NO SAPATO DA FLEXIBILIDADE CURRICULAR?


Num artigo escrito por Samuel Silva, no jornal «Público», alerta-se para o receio que existe entre pais, alunos e professores sobre o impacto negativo que a flexibilidade curricular terá nos exames nacionais. Muitos Diretores ouvidos pelo repórter aconselham a cautela na implementação da flexibilidade curricular no ensino secundário.
Quando o projeto chegou ao conhecimento público, escrevi neste blogue que, na minha opinião, ela visava, por um lado, assegurar que mais gente transitaria de ano, e por outro, garantir mais poder aos diretores. 

Também pensava que o seu calcanhar de Aquiles estava no facto de ser inconveniente para os alunos que lutavam pelas melhores notas, pois reduzir tempo aos professores para os preparar para os exames de maneira consistente. Não foi por acaso que a reforma só se aplicou aos alunos do 5.º, 7.º e 10.º anos. Havia dois anos para estudar a melhor maneira de contornar essa perda de aulas. Agora que o projeto está em marcha, os pais dos alunos com ambições aos cursos superiores mais disputados já perceberam para onde corre o rio e por isso estão preocupados, porque quem faz os exames quer lá saber das matérias que ficarão por dar com a flexibilidade curricular. O programa continua a ser o mesmo. 
Flexibilizar para aligeirar até serve a uma grande parte dos alunos, mas assusta aqueles para quem todas as aulas contam.

Alguns diretores ainda acreditam que terão de ser os exames a adaptar-se à cultura de flexibilidade curricular e há pais que pensam que é “preciso repensar o acesso ao ensino superior”. Acho que esta gente é demasiado lírica. 
O ministro que não consegue resolver eficazmente o problema dos concursos de professores e que não fala claro sobre os planos da municipalização da educação vai agora dar uma resposta satisfatória ao desfasamento entre exigência dos exames nacionais e a política de flexibilidade curricular? Não creio! 
Quando a bolha rebentar a sério – Outono de 2019 – estaremos em campanha eleitoral e Tiago Brandão Rodrigues não será o ministro que terá de resolver a questão. O mais certo é Costa ou outro qualquer primeiro-ministro autorizar que as turmas que então iniciem o 12.º ano possam ter a flexibilidade de voltar ao regime antigo, ou seja, sem flexibilização.  

GAVB

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