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quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

A COMIDA PODE SER UMA ‘PORCARIA’, MAS NOS CONTRATOS DAS CANTINAS NINGUÉM TOCA!


Recentemente, o país assistiu à denúncia de falta de qualidade das refeições servidas aos alunos, no ensino público português, feita por muitos pais, encarregados de educação e alunos.
Num primeiro momento, começou por se desvalorizar o assunto, alguns diretores proibiram e sancionaram os alunos que tiraram fotos às evidências da má qualidade alimentar, até que o coro de críticas foi engrossando e o problema chegou à Assembleia da República.

Muitos Diretores escolares acham que o problema reside no facto das refeições serem confeccionadas por empresas privadas e que estas falham na qualidade dos produtos e da confecção. Alguns destes Diretores defendem o regresso à gestão direta das cantinas, por cada escola ou agrupamento de escolas. 

Alguns partidos pegaram na ideia e estão decididos a apresentar legislação nesse sentido, no entanto a Secretária de Estado Adjunta da Educação, Alexandra Leitão, já vai dizendo que “será difícil reverter os contratos celebrados com os privados”. Mas difícil porquê? Foram mal feitos e mesmo que haja razões válidas – má qualidade da comida ou da sua confeção – eles não podem ser denunciados? Ou o governo «não quer» que eles sejam denunciados, importando-se pouco com a avalanche de queixas feitas por alunos, pais, diretores, ordem dos nutricionistas?

A alimentação dos alunos é um assunto importantíssimo e por muito aborrecido que seja anular um contrato de três anos ao fim de três meses, isso tem de ser possível, quando as más práticas de determinada empresa fornecedora de refeições escolares são evidentes e reiteradas. Até pode ser uma «chatice», até pode ficar evidente que houve aligeiramento de procedimentos em quem negociou por parte do Estado, até pode estragar o negócio a algumas empresas amigas de quem governa, mas o que tem de ser tem muita força e se o melhor for voltar à gestão direta, então os deputados devem permitir essa possibilidade a cada escola. 
A observação/recado da governante cheira a má consciência do governo nesta matéria.

Alexandre Leitão devia deixar que os deputados legislassem livremente, ouvindo os principais interessados e aproveitasse a ocasião para fazer aquilo que lhe compete e adicionar à «ementa» uma nutricionista por agrupamento de escolas, que supervisionasse o modo como se concretizam (ou não) as ementas que se anunciam pomposamente aos alunos e aos seus educadores.

GAVB

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