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sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

GASTÁMOS 15 MIL MILHÕES DE EUROS PARA SALVAR OS BANCOS E NÃO SALVÁMOS BANCO NENHUM

 
Há dez anos Portugal tinha bancos privados, agora tem bancos privados intervencionados e arruinados. BPN, BES, BANIF, BCP e BPI são um espectro do que foram. Uns foram à ruína e levaram milhares de pessoas a perder milhões de euros, outros gastaram fortunas aos contribuintes, outros foram dados aos espanhóis. O único que estava decente (BPI) foi comprado a preço justo por um banco espanhol e outro estava tão mal que ninguém lhe pegou, mas foi possível mantê-lo a soro até agora.

Entretanto os contribuintes portugueses gastaram 15 mil milhões de euros. Para quê? Para nada! Os bancos já não são portugueses ou não têm relevância económica. As dívidas permanecem e não se evitou que que houvesse lesados dos BES, nem do BANIF, nem do BPP e ainda há o caso do Montepio.

Durante oito anos foi-nos dito que não havia dinheiro, que gastávamos acima das nossas possibilidades, que tínhamos de pagar por aquilo que (não) usámos. Uma treta mil vezes repetida, que sempre soubemos ser uma mentira, mas que aceitámos de cabeça baixa, porque não tivemos a coragem de impedir que tal acontecesse.
Como dizia um jornalista de economia, aquando da discussão do Orçamento de Estado para 2018, a resposta certa para as reivindicações dos vários setores da sociedade portuguesa não é «não há dinheiro», mas sim, «há opções». E as opções foram erradas. E quem as tomou  não pagou por isso, mas fez-nos pagar.

Também é um dado claro que nem todos os portugueses sofreram da mesma maneira. Durante alguns anos, uns ganharam catorze salários e outros doze, uns tiveram cortes salariais e outros mantiveram os seus ordenados, uns mantiveram o emprego e outros perderam-no.
Gastámos 15 mil milhões com a banca, mas perdemos os bancos, que mesmo assim despediram funcionários e ficaram a dever fortunas aos clientes.

A principal lição a tirar é que não se deve tentar salvar o que não tem salvação e que o dinheiro de todos não pode servir para encobrir as colossais asneiras de alguns privilegiados.
Alguma vez um banco saudável tentou salvar um banco em ruína? Claro que não. Eles sabem perfeitamente quando a situação já não tem retorno. Quando se trata de bancos portugueses é quase sempre.

GAVB

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