Etiquetas

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

TRUMP ADORA PROVOCAR OS INIMIGOS E ENTALAR OS AMIGOS


Quando não tem a atenção mediática ou está em dificuldades políticas, Trump faz aquilo que aprendeu no mundo dos media: “cria” um facto político. O problema é que ele não cria faits-divers, como é normal em qualquer político, mas verdadeiros problemas, para ele, para os seus e, sobretudo, para os outros.

Acossado pelas promessas que não cumpre, pelo escândalo das denúncias de assédio sexual a atingir a nata da representação americana (na verdade, todos pensam quando chegará a sua vez), pelas evidências de interferência russa na campanha eleitoral que levou à sua eleição e pelos mísseis do «irmão» coreano, Trump lançou a sua «bojarda» mediática: transferiu a embaixada americana de Tel Aviv para Jerusalém, indicando de maneira clara que a cidade santa é a capital israelita. 
Ora, na verdade, Jerusalém é a capital de três religiões (Cristianismo, Islamismo e Judaísmo) e ponto de confluência (e conflito também) de várias civilizações e povos. A comunidade internacional tinha chegado a um consenso sobre a cidade onde nasceu Jesus e até os israelitas respeitavam isso.


No entanto, Trump está-se nas tintas para a História, para a paz mundial assim como não respeita a posição que os EUA tomaram no passado. Para Trump não há Palestina nem palestinianos. Ele não quer saber das repercussões da sua leviana decisão, porque a única coisa que lhe interessa é desviar a atenção dos media americanos sobre os problemas de credibilidade interna que atravessa.
O presidente dos EUA é tão egocêntrico como perigoso. É preciso lidar com ele com cuidado extremo, como tem feito grande parte dos países europeus, como a França ou a Alemanha. Não lhe dar palco, ignorar as suas provocações e comentários, deixar que tropece nas suas próprias incoerências é o melhor a fazer com a figura.
Estou certo que os israelitas são inteligentes o suficiente para rejeitar este presente envenenado, porque a pax romana em que vivem é bem mais importante que a bomba-relógio que o americano lhes acaba de oferecer como presente de Natal.

GAVB

Sem comentários:

Enviar um comentário