Podem os governos aprisionar as oposições nos compadrios
cruzados, que a verdade acaba quase sempre por se saber. O verdadeiro confronto
parte da comunicação social, que amplifica as queixas e as suspeitas nascidas
nas redes sociais ou nos blogues.
O caso de Paula Brito e Costa revela bem como todo a
entourage do Bloco Central dos Interesses estava comprometida, até ao osso, com
esta forma despudorada de gerir o dinheiro público.
E os governantes não
aprendem nada com as lições do passado. Hoje tudo é escrutinado, verificado,
farejado, com a avidez de quem se especializou em escândalo e vive deles.
Paula Brito e Costa, a raríssima, já afundou um secretário
de estado e acabará por consumir Vieira da Silva, um ministro da velha guarda,
que terminará da pior maneira a sua carreira política.
Temendo que as trapalhadas
governativas consumam em lume brando um governo desorientado e cheio de
telhados de vidro, o PS já terá dado Vieira da Silva como «perdido» ou
«descartável». Apesar de Marcelo dizer que não se deve julgar ninguém sem antes se investigar e António Costa dizer que mantém total confiança política
em Vieira da Silva, O PS já o deu à morte, pois foi o próprio partido que apoia
o governo a pedir a “audição imediata do ministro para que lhe sejam feitas
todas as perguntas e lhe seja dada a possibilidade de dar todas as respostas
que tem o DEVER de dar”.
Acho que já poucos, entre os socialistas, conseguem perceber
como Vieira da Silva não viu nenhum problema nas contas da Raríssimas entre
2013-2015, quando era vice-presidente do Assembleia Geral da Associação ou deixou
que Paula Brito e Costa apresentasse a Raríssimas como uma Fundação, quando
apenas era uma associação. Vieira da Silva esteve na assinatura de um protocolo
entre a Raríssimas e a sueca Agrenska Foundation, em que Paula Brito e Costa,
com grande desplante e ousadia, fez passar a Raríssima por aquilo que não era.
Vieira da Silva terá enorme dificuldade em explicar como
é que a Raríssimas não tem dinheiro para atalhar a compromisso básicos, quando
o governo quadruplicou os seus donativos para a associação.
É por coisas como estas que os deputados do PS não podem
estar tranquilos e muito menos satisfeitos.
Vieira da Silva cairá, sem honra nem glória.
Infelizmente, a
doença do governantes não é raríssima, apenas vulgaríssima, mas não há maneira de tomarem um
medicamente normalíssimo – vergonha na cara.
GAVB
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