Um estudo realizado por investigadores americanos e ingleses
concluiu que as escolas do ensino secundário que dedicam muito tempo à educação
religiosa têm pior desempenho na Matemática e nas Ciências. (http://visao.sapo.pt/atualidade/estudo-do-dia/2017-12-15-Quanto-mais-religioso-o-pais-pior-o-desempenho-em-ciencias-e-matematica-dos-jovens)
Não conhecendo o universo da investigação, será temerário aceitarmos
como potencialmente boas as conclusões deste estado, embora ele faça algum
sentido. É lógico que um país com uma grande população religiosa reflita essa
realidade nos curricula, ainda que isso seja perigoso no processo de ensino dos
alunos.
Ao longo dos tempos, a religião sempre teve tendência para explicar
a realidade e para isso utilizou as ferramentas da fé. E nem sempre quem
ensinou (ensina) educação religiosa soube fazer a distinção entre ciência e fé
e o papel que cabe a cada um. Em muitos domínios, religião e ciência chocam
porque apresentam justificações bem diferentes para uma mesma realidade.
Mesmo em países de grande religiosidade da população, a
Igreja deve ter uma presença residual na Escola, de molde a não condicionar nem
confundir os alunos. Só assim os alunos podem ter em consideração aquilo que os
seus professores de matemática ou ciências lhes dizem sem aquela autocensura
interna, que foi crescendo com a forte educação religiosa.
É à religião que cabe o papel de desfazer o equívoco gerado
na cabeça dos jovens. O aluno pode e deve ser um religioso convicto, sem deixar
de ser um homem da ciência. Fé e ciência não são incompatíveis, o que são é
dimensões diferentes do ser humano. Sempre que uma tenta anular a outra
desqualifica-se.
GAVB
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