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quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

PAÍS RELIGIOSO PREJUDICA O ENSINO DA MATEMÁTICA E DAS CIÊNCIAS?


Um estudo realizado por investigadores americanos e ingleses concluiu que as escolas do ensino secundário que dedicam muito tempo à educação religiosa têm pior desempenho na Matemática e nas Ciências. (http://visao.sapo.pt/atualidade/estudo-do-dia/2017-12-15-Quanto-mais-religioso-o-pais-pior-o-desempenho-em-ciencias-e-matematica-dos-jovens)
Não conhecendo o universo da investigação, será temerário aceitarmos como potencialmente boas as conclusões deste estado, embora ele faça algum sentido. É lógico que um país com uma grande população religiosa reflita essa realidade nos curricula, ainda que isso seja perigoso no processo de ensino dos alunos.

Ao longo dos tempos, a religião sempre teve tendência para explicar a realidade e para isso utilizou as ferramentas da fé. E nem sempre quem ensinou (ensina) educação religiosa soube fazer a distinção entre ciência e fé e o papel que cabe a cada um. Em muitos domínios, religião e ciência chocam porque apresentam justificações bem diferentes para uma mesma realidade.

Mesmo em países de grande religiosidade da população, a Igreja deve ter uma presença residual na Escola, de molde a não condicionar nem confundir os alunos. Só assim os alunos podem ter em consideração aquilo que os seus professores de matemática ou ciências lhes dizem sem aquela autocensura interna, que foi crescendo com a forte educação religiosa.
É à religião que cabe o papel de desfazer o equívoco gerado na cabeça dos jovens. O aluno pode e deve ser um religioso convicto, sem deixar de ser um homem da ciência. Fé e ciência não são incompatíveis, o que são é dimensões diferentes do ser humano. Sempre que uma tenta anular a outra desqualifica-se.

GAVB

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