Tantos anos de entendimento entre Venezuela e Portugal e
poucos de nós sabiam que o Natal dos venezuelanos se fazia com pernil de
porco português. Sócrates devia ter contado esta história de Natal ao
juiz Carlos Alexandre e talvez este se tivesse comovido um pouco mais. Foi
preciso Nicolás Maduro ter acusado Portugal da sabotagem ao pernil de Natal
para aprendermos algo sobre aquele povo sul-americano.
Claro que os portugueses reagiram com um largo sorriso à
desculpas de mau pagador de Maduro, porque o problema foi mesmo - falta de pagamento.
Só no ano passado ficaram por pagar 40 milhões de euros em pernil de porco.
Depois de desfeiteada a primeira mentirinha de Natal, o
presidente venezuelano apontou baterias para os EUA, o grande satã
imperialista, que terá ordenado a paragem do pernil na Colômbia. Provavelmente
isto no tempo do Sócrates tinha-se resolvido com uns telefonemas entre os dois líderes
e Carlos Santos Silva tinha feito de intermediário, mas agora é preciso pagar e
em cash.
O caso do pernil português é elucidativo do ponto de
degradação económica, social, política e moral a que chegou a Venezuela, país
onde falta tudo… até no Natal. Em vez de resolver o problema, o presidente
venezuelano continua a “amadurecer” no poder e por lá quer permanecer até apodrecer
totalmente um economia paralisada por causa das suas decisões.
O problema da Venezuela não é ideológico nem de modelo
económico, mas tão-somente o apego ao poder de um homem que se julga o salvador
da pátria, mas apenas consegue ser o seu coveiro.
Nicolás Maduro aproveita-se da ignorância do seu povo, da
pouca informação a que tem acesso e dos preconceitos políticos que lhe foi
inculcando para reinar no meio da miséria.
Neste Natal, os problemas de Maduro já chegaram ao pernil de
porco; a questão que se coloca para 2018 é saber até onde terão de descer mais
os venezuelanos para pôr Maduro a dar ao pernil.
GAVB
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