Em entrevista ao DN, o Ministro da Educação surpreendeu ao
admitir que o governo português pode impor sanções pesadas ao futebol português, para estancar esta
onda de violência verbal, que ameaça resvalar rapidamente para as agressões
físicas.
Mais uma vez Tiago Brandão Rodrigues foi “brando”, não
convenceu nem intimidou ninguém. Arriscaria dizer que poucos no mundo do
futebol lhe ligaram alguma coisa.
Muito por culpa dos gabinetes de comunicação dos três grandes
clubes portugueses (Benfica, Porto, Sporting) está instalado em Portugal um
clima de ódio entre adeptos, que só um milagre ou uma intervenção dura do
Governo (ao estilo grego) poderá evitar que se transforme em agressões entre
adeptos, de adeptos a jogadores rivais ou a árbitros.
Na verdade isso já aconteceu. Hoje, um jogo entre o
Beira-Mar e o União de Lamas não teve segunda parte, porque o árbitro foi
agredido por um adepto do Beira-Mar, quando se dirigia aos balneários depois de
concluída a primeira parte. Há uma semana, um adepto do União de Lamas entrou
em campo e agrediu um jogador da equipa adversária (o Lourosa), poucos segundos
depois desta equipa ter marcado um golo. Há alguns meses, um jogador do F. C.
Canelas agrediu à cabeçada um árbitro, por não concordar com uma decisão
arbitral.
Há 48 horas, no jogo mais mediático do ano (FCP-SLB), um
adepto do F. C. do Porto entrou em campo e empurrou um jogador da equipa rival,
não conseguindo prosseguir com a agressão, pois foi detido prontamente.
Em vez de condenar a atitude do seu adepto, os dirigentes do
F.C. do Porto preferiram continuar a destacar os erros arbitrais, o que apenas
deu mais força à continuação do discurso do ódio que levará inevitavelmente à
violência generalizada. Talvez por isso ninguém se admire do líder dos super-dragões ter feito uma postagem abjeta, onde um árbitro de futebol
argentino aparece combalido no seu balneário cheio de sangue, depois de ter
sido agredido por adeptos em fúria. O título era “Este de certeza não rouba mais!”,
apelando indiretamente à violência física sobre os árbitros que, no entender, dos Super-dragões prejudiquem, de forma clara e premeditada, o seu clube.
No meu entender, se o ME quer atuar tem de ser já e fazer
como o governo grego fez, a fim de estancar a odiosa violência que tornou o
campeonato grego numa luta de gangues – suspender o campeonato até que os
principais clubes portugueses parem de deitar gasolina para o incêndio.
GAVB
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