Os Presidentes de Câmara querem a
descentralização educativa para gerir as escolas como quem gere a autarquia; os Diretores das escolas querem a autonomia das escolas para reforçarem poderes
antes que a autarquia entre pelo seu quintal dentro; os professores só queriam
que lhes contassem o tempo de serviço que prestaram nos últimos dez anos; os
alunos querem uma Escola que lhes abra perspetivas de futuro; os pais gostariam
de lhes tomassem conta dos filhos até às seis da tarde.
Claro que ficará por fazer aquilo
que é mais fácil, óbvio e justo executar: os professores continuarão a ver
navios e descerão mais uns degraus na relevância que (já não) têm no sistema.
A ideia política do Partido
Socialista sempre foi a municipalização. Entregar as escolas às autarquias,
professores incluídos. Nunca o afirmou claramente porque sempre soube que os
professores eram (e são) contra, porque não sabia muito bem como fazê-lo sem se
perceber que a grande intenção era política, isto é, satisfazer o apetite político
dos vários agentes educativos locais ligados ao partido.
O governo de Costa não avançará
«radicalmente» para a Municipalização porque não é nada certo que o PCP e o
Bloco acompanhem a ideia, mas tentará ir fazendo «a coisa» sorrateiramente, de
tal modo que a medida seja dada como irreversível e inevitável, quando estiver
madura.
Entretanto, os Diretores lutam arduamente pela manutenção do seu poder,
através da reivindicação da autonomia. E não me admiraria nada que muitos Diretores se lembrassem que no
Enquanto os grandes se batem nos
gabinetes pelo futuro controlo do poder nas escolas públicas portuguesas, o
pessoal que mete a mão na massa todos os dias, há décadas, nem sabe se faz greve ou não faz
greve, a que greve vai ou deixa de ir, que formas de luta deve adotar para além
da greve, se a greve de Mário Nogueira e da Fenprof do próximo dia 15 de Novembro falhar o objetivo.
Por falar em lutas sindicais, não
seria expectável que Mário Nogueira conseguisse bem mais com a geringonça de
que com o governo de Passos e Portas? Seria, seria…
GAVB
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