Hoje, um jornal de grande tiragem, em Portugal, referia um
dado estatístico assombroso: só nos últimos meses mais de 380 polícias foram
agredidos, no exercício das suas funções.
A notícia dá conta de todo o sentimento de injustiça que
muitos polícias sentem, quando os inúmeros casos em que são vítimas não são
tratados, pela comunicação social, com o mesmo destaque e severidade do que os
desmandos de alguns colegas. É injusto, mas sempre será assim.
Um polícia lida com ladrões, marginais, agressores violentos
e perigosos. É previsível que quase todos os dias sejam objeto de ciladas,
provocações, ameaças, agressões físicas e psicológicas. É verdade que são
homens e mulheres como qualquer outra pessoa, mas não podem reagir como
qualquer outra pessoa. Uma parte importantíssima do seu trabalho é saber gerir
a raiva, o sentimento de injustiça, a distorção dos factos que os criminosos e
seus familiares sempre farão das suas atuações. Mesmo em situações adversas ou
de grande melindre têm SEMPRE de dar uma resposta exemplar.
Eles são a garantia física e armada do Estado de Direito. É
por isso que não podem ter falhas ou quando as têm elas tenham de ser punidas.
Ainda que os outros tenho batido 100 vezes e eles apenas uma, ainda que os
criminosos sejam absolvidos e eles punidos, é imperioso que percebam que não
podemos ter complacência com as suas falhas. Temos de ser duros com eles quando erram, porque isso é a garantia que vivemos realmente num Estado de Direito.
Mas também temos o dever de os respeitar, de confiar na sua palavra, de estar
ao lado deles, no essencial. E o essencial é que, em princípio, eles
representam o Bem, a Justiça, a Ordem Pública. Também por isso convém não
confundir a árvore com a floresta, ainda que uma árvore nos tenha acabado de
multar porque estava maldisposta.
GAVB
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