Já todos estranhávamos o silêncio do PSD perante tão grande aselhice do governo socialista, mas agora começa a perceber-se a
razão. Bruxelas "descascou" a Justiça portuguesa, referindo que aquela absolvição
de Passos Coelho e Miguel Relvas, no caso Tecnoforma só foi possível porque
eles governavam o país. Afinal, havia indícios de crime.
Os portugueses já suspeitavam. O mesmo tinha acontecido com
Sócrates (a uma escala diferente, claro está), quando se suspeitou que tinha
recebido uns trocados para aprovar o Freeport, no tempo em que era Ministro do
Ambiente.
Se se recordam, quando o caso foi noticiado pela comunicação social
portuguesa e inglesa, a magistrada do Ministério Público, Joana Marques Vidal,
mandou arquivar o caso, porque Sócrates era o Dono Disto Tudo ou, pelo menos, pensava que era.
Quando Sócrates foi preso, Passos Coelho disse que “Não
somos todos iguais”, o que é verdade, porque a Tecnoforma, ao lado da operação
Marquês, parece uma brincadeira de crianças.
Voltando à Tecnoforma, percebemos que afinal os políticos
não são todos iguais, mas tentam... e muito.
Repetindo a retórica inicial de Sócrates, também Relvas não
se lembra de ter pertencido à Tecnoforma, como Passos Coelho não se lembrava se
recebia ou não cinco mil euros mensais da mesma Tecnoforma (também o que é isso
de cinco mil euros a mais ou a menos na conta corrente do ex-primeiro-ministro)
nem Marques Mendes nos quer esclarecer sobre esta questão, apesar de também ele
ter andado por lá. Prefere adivinhar o futuro dos outros. Feitios!
Quem anda com mau feitio é o gabinete de comunicação do
governo socialista, que teve de lançar mão desta granada de caserna, depois
de tanto ministro meter água, de tantas más decisões de António Costa, de tanta
greve de gente com razão.
De facto há coisas em que a classe política não dececiona
nem perde a forma ou a técnica: casos de corrupção, lixo varrido para debaixo
do tapete, incompetência atroz para gerir a coisa pública.
Post Scriptum: para quem não está familiarizado com as acusações de
Bruxelas à Tecnoforma, elas resumem-se da seguinte maneira: parece que o
dinheiro que devia ser gasto em formação foi usado para comprar quadros, colchões
e frigoríficos.
No fundo, no fundo a combinação da escola Valentim Loureiro com
a de Oliveira e Costa no BPN.
GAVB
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