O melhor soundbite do Ministro da Educação, nos últimos meses foi que iria lutar radicalmente pelos direitos professores. Disse-o em passo de
fugida a Mário Nogueira, há menos de duas semanas.
Aquele “radicalmente” foi um truque comunicacional perfeito,
porque o homem lá foi à sua vida e não teve de ouvir o discurso inflamado que
Mário Nogueira trazia preparado.
Como soundbite que era, cumpriu e seu dever de ocasião e
esfumou-se. Hoje, o homem que ia lutar radicalmente pelos direitos dos
professores foge deles, entra pela garagem do convento de São Francisco, em
Coimbra, para não ter de enfrentar os protestos daqueles que diz proteger e solicita que a
iniciativa sobre educação, onde acabou por participar, não tivesse jornalistas.
Quem mais o poderia ter feito? Os organizadores? Claro, que não!
Tiago
Brandão Rodrigues é um ministro medroso, acossado, que foge daqueles que diz
querer proteger, porque, na verdade, perdeu a luta dentro do Conselho de Ministros,
há semanas, quando o executivo de Costa discutiu o Orçamento de Estado para
2018.
Foi aí que o nosso radical defensor perdeu em toda a linha e
agora não tem coragem de enfrentar aqueles a quem deixou mal. Para que serve um
Ministro da Educação que foge dos professores, como se fosse perseguido por
qualquer má consciência? Para queremos um ministro que não foi capaz de impor a progressão real dos professores no Orçamento de Estado?
Hoje é claro que Tiago Brandão Rodrigues não tinha bagagem
política, pessoal e técnica para ser Ministro da Educação. O pior é que,
passados mais de vinte meses, não melhorou em nada. Está pronto a seguir o
caminho da Constança e ser sepultado no negro vaso do esquecimento.
Daqui a dias, os professores organizarão uma importante jornada
de luta pela efetiva reposição daquilo a que têm direito.
A razão dos professores é total e já dura há dez anos. A
injustiça será ainda maior, porque veremos outras classes profissionais
progredir na carreira, subir salários, melhorar de vida.
Mário Nogueira terá novamente as costas quentes com mais de
cinquenta mil professores nas ruas e uma brutal máquina chamada Razão. Espero
que saiba o que fazer com ela e com a força dos professores. Não me interessa
nada que digam que estivemos mais de setenta mil nas ruas, que temos toda a
razão, mas… Por mim podem ficar com todos os “mas”, que os cedo de bom grado.
A estratégia do Governo já começa a ser definida – “Mais de
46 mil professores vão progredir na carreira", dixit o inefável António
Costa.
Espero que o líder da Fenprof tenha estudado bem a maneira
de derrotar este tipo de argumentação, demonstrando a justiça da luta dos
professores, pela correta valorização da suas carreiras.
GAVB
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