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terça-feira, 21 de novembro de 2017

DA TELEVISÃO PARA O COMPUTADOR E DESTE PARA O SMARTPHONE


Com a chegada da internet, o computador roubou o lugar à televisão, nas preferências das pessoas. A televisão não era portátil, não era tão interativa, nem permitia criar um menu pessoal. 
Por mais melhorias técnicas que as televisões apresentassem, o computador derrubava-as com facilidade, porque juntava prazer e trabalho na perfeição.
As redes sociais tiraram do poleiro o computador e lá puseram o smartphone. 
Absolutamente portátil, é uma espécie de três em um: televisão, computador e máquina fotográfica, sempre com a internet como pano de fundo.

Mais do que o computador ou a televisão, foi o smartphone que nos alterou os hábitos e o ritmo de vida. Foi ele que trouxe a inquietação permanente de estarmos conectados com o nosso mundinho privado e de olho no mundo exclusivo de quem está na moda. É lá que nos atualizamos a cada dez minutos, num tique nervoso que não conseguimos controlar, de tal modo se tornou viciante.
As grandes marcas tecnológicas investem tudo no desenvolvimento técnico dos smartphones e colocaram em segundo plano o investimento em computadores de ponta ou televisões com a mais perfeita das imagens.

A grande questão é se temos a perfeita consciência do caminho pessoal e social que estamos a percorrer com esta dependência física e psicológica de um objeto tão extraordinário quanto viciante? Se somos nó que guiamos a máquina para onde queremos  ir ou já é ela que nos formata?


Haverá gente com problemas de coluna, outros de visão, outros ainda sentirão dificuldade no contacto pessoal, apesar de serem virtualmente tão sociais. Será cada vez mais difícil participar num evento sem ter a tentação de o fotografar, filmar e publicar; tornar-se-á penoso para muitos assistir a um filme, a um concerto ou uma peça de teatro sem dar uma espreitadela ao último, tweet, à última foto ou publicação de fulano ou sicrano. 
E nessa altura já não o  faremos por querer, por termos a mania que somos especiais, mas apenas porque já não conseguimos deixar de o fazer. Nessa altura pouco mais será que uma dependência que nos consome e desgasta.
GAVB

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